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  • Em Thriller, um clássico dos anos 80: couro vermelho e ombreiras
  • Ray-ban e estilo militar na época em que ganhou o primeiro Grammy

Michael Jackson era mau. Ele e sua jaqueta de couro vermelha, aquelas faixas todas amarradas pelo corpo, cristais salpicados pela roupa e uma máscara no rosto. Ou louco. Ele e seus passos escorregadios feitos em mocassim brilhante. Mas o mais provável é que fosse só exagerado. Ele e os anos 80 que o transformaram em símbolo maior da cultura pop. Sim, porque enquanto seus contemporâneos Madonna e Prince "encaretaram" (ela limpou o visual, virou mãe e cabalista e o outro, islâmico e sumido), Michael manteve a verve escandalosa. "Dos três, ele é o mais genial, louco e estiloso. Ele e suas contradições, seu lado meio Peter Pan, meio Diana Ross, sua briga contra o envelhecimento que até Madonna copiou. Eu o vejo nela e na Britney Spears", diz o estilista Roberto Arad.

Mas o rei do pop não era necessariamente um rei fashion. Suas escolhas, muitas delas duvidosas, misturam a elegância discreta de um dândi de ternos bem cortados com um tom exagerado, conturbado, cheio de tecidos lustrosos e um arsenal de elementos-protetores, como luvas, chapéus, e máscaras. Para Alexandre Linhares, estilista da grife Heroína, Michael foi acima de tudo original. "Percebo no seu visual um toque performático, majestoso. Usava bodies por cima das calças para dançar, saias que, diante de um ventilador, voavam e criavam um efeito visual impactante", conta. Até na fase dos tribunais, quando lutava para escapar das denúncias de pedofilia, Michael misturou blazers com brasão a calças pijama, coletes coloridos e correntes douradas.

Dos seus figurinos emblemáticos, o estilista Fábio Bartz destaca as jaquetas típicas dos anos 80 (básicas, com ombreiras, em versões vermelhas, douradas e prateadas), o visual militar composto pelas dragonas nos ombros e fechamento com correntes, a calça smoking com faixa branca lateral e as básicas pretas levemente curtas, deixando à mostra a indefectível meia branca. "Fora isso, lembro de uma foto dele com Lisa Marie Presley usando uma camisa de renda preta aberta com camiseta justa por baixo", comenta.

"Tudo na obra e na figura de Michael Jackson parece dar dicas de sua personalidade contraditória. Ele é black or white? Ele é bad? Ele é um enigma. Ele parece estar o tempo todo falando ‘decifra-me ou te devoro’", diz Roberto Arad, que buscou nos guardados uma camiseta que fez no início dos anos 2000 com seus dois ícones oitentistas preferidos: Michael Jackson e E.T.

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