
Profissões que atuem com soluções para que as pessoas se conectem entre si, com o ambiente e com elas mesmas. Essa é uma das tendências do mercado de trabalho para o futuro. É sobre esse assunto que o Papo U da Gazeta do Povo vai discutir no evento do dia 30 de novembro, que acontece no Museu Oscar Niemeyer, às 19h. Serão quatro profissionais que vão apresentar aos estudantes cenários possíveis para os próximos anos, para quem quer saber onde focar sua formação sem perder tempo com áreas que tendem a desaparecer.
O primeiro passo para se preparar é ficar atento aos problemas contemporâneos. São deles que vão surgir profissionais cada vez mais requisitados para apontar saída para resolvê-los. Assim, carreiras voltadas a pensar e propor ideias de economia compartilhada e de redes de relacionamento social são exemplos de áreas que prometem alavancar nos próximos vinte ou trinta anos.
A questão central da necessidade futura dessas áreas, segundo o consultor de carreira e desenvolvimento Marciano de Almeida Cunha, é que elas buscam solucionar o desgaste ambiental e do indivíduo. “O modelo econômico vigente não está mais nos dando respostas. Precisamos ser mais sustentáveis e aí entram profissões ligadas ao meio ambiente” , diz.
Além da sustentabilidade, outro campo que está no topo das carreiras promissoras é o que proporciona aumento da produtividade. Ao mesmo tempo que o Brasil precisa achar soluções para questões ambientais, também tem que retomar a rota do desenvolvimento. Por isso nos próximos anos haverá necessidade de muitas vagas de emprego para desenvolver e trabalhar com tecnologias que proporcionem isso, seja na indústria ou nas empresas. A aposta do coordenador do Profuturo e dos MBAs internacionais da Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidade de São Paulo (USP) James Wright é a criação de sistemas para gerir empresas e para automatizar o maior número de tarefas possíveis. “Aí entram as engenharias, as áreas ligadas à análise de dados e sistemas de informação e computação cognitiva, que são computadores que organizam números dentro da lógica humana. Precisamos de gente para desenvolver esse tipo de máquina, pois é algo que vai crescer muito ”, comenta.
Além da tecnologia
Se por um lado o futuro está nas mãos de profissões que busquem soluções tecnológicas ambientais e produtivas, por outro as pessoas, para conviver nesse universo, vão precisar de profissionais para ajudá-las a solucionar conflitos internos e aumentar sua qualidade de vida, pois quanto maior o índice de desenvolvimento, maior a expectativa de vida.
Assim, psiquiatras e terapeutas estão, de acordo com Cunha, na lista dos profissionais requisitados. Já em relação a viver mais, as carreiras que tendem a ganhar cada vez mais espaço são as que atuam com idosos, como nutrição para terceira idade, saúde e bem estar físico, lazer e planejamento de aposentadoria.
No caminho
Dentro dessa lógica, é inegável a possibilidade de em pouco tempo surgirem profissões que hoje não existem. Mas como se preparar para isso? Não há uma fórmula mágica que preveja com exatidão novas carreiras, mas os educadores apontam que um caminho seguro é apostar em áreas criativas, com soluções inesperadas, principalmente para a economia. Serão elas as mais requisitadas, que vão substituir o trabalho administrativo e burocrático, que tende a desaparecer.
O pró-reitor acadêmico da Unicuritiba, André Resende, acredita que as instituições de ensino têm hoje a obrigação de formar os alunos para essas, e isso engloba ensinar a desenvolver habilidades que permitam propor diferentes modelos de atuação dentro da sua área de formação. “Há pouco tempo, por exemplo, a comunicação online era quase inexistente. Hoje ela domina o mercado. Quem se formou muito antes disso teve de aprender na prática. Essa é a tendência para todas as carreiras e os professores precisam mostrar isso”.



