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Fotografia

O inusitado Rio de Janeiro

Cartiê Bressão, projeto que virou febre nas redes sociais pelos registros singulares da capital carioca, ganha versão impressa em coletânea com mais de 60 fotos

Projeto começou no Carnaval de 2012, com fotos do bloco Cordão Umbilical (1ª foto à esq.). Cenas inusitadas do Rio de Janeiro são o foco do projeto | Pedro Garcia de Moura/Divulgação
Projeto começou no Carnaval de 2012, com fotos do bloco Cordão Umbilical (1ª foto à esq.). Cenas inusitadas do Rio de Janeiro são o foco do projeto (Foto: Pedro Garcia de Moura/Divulgação)
O fotógrafo no espelho, em um autorretrato |

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O fotógrafo no espelho, em um autorretrato

Livro: Cartiê Bressão. Pedro Garcia de Moura. Versal Editores, 82 págs., R$ 50. Mais informações sobre o projeto no site www.cartiebressao.com.br. |

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Livro: Cartiê Bressão. Pedro Garcia de Moura. Versal Editores, 82 págs., R$ 50. Mais informações sobre o projeto no site www.cartiebressao.com.br.

Quem visita o Rio de Janeiro chega com algumas imagens prontas da cidade: os pontos turísticos, as belas praias e o estonteante pôr do sol. No Carnaval de 2012, depois de uma longa temporada fora do país, o designer gráfico Pedro Garcia de Moura resolveu que adotaria como fantasia para pular no bloco Cordão Umbilical o inesquecível personagem Jorge Tadeu, fotógrafo interpretado por Fábio Júnior na novela Pedra sobre Pedra (1992). De peruca com mullets, colete, lírios brancos e câmera fotográfica em punho, se sentiu à vontade para fotografar cenas na multidão. Como brincadeira, colocou as imagens na internet com o nome de Cartiê Bressão, em referência ao fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson. O projeto cresceu e parte das imagens estão agora publicadas em um livro homônimo, pela Versal Editores.

"Era algo totalmente na brincadeira. Postei no Facebook e Instagram e começou a bombar incrivelmente. Em dois dias, chegou convite de exposição, e foi eleito o melhor tumblr do dia em site de jornal", conta Moura. O carioca "soube", em 2006, pela vidente londrina Tracey Ash-Ingley, que trocaria o trabalho na área publicitária pelo ofício de fotógrafo (ele dedica o livro primeiramente a ela).

Cenas cotidianas inusitadas, como os vendedores ambulantes fantasiados nas praias, e uma meia dúzia de freiras subindo as escadas do metrô integram a coletânea, que continua a crescer no Facebook e no Instagram. Assim como a expansão do projeto, que aconteceu pela recepção do público, o livro foi viabilizado por meio de crowfunding (Moura é fundador de um site de financiamento coletivo, o Queremos), e contou com mais de 400 apoiadores.

Se não fossem curiosas e divertidas por si só, as imagens ainda são legendadas com um misto de francês e carioquês. Um dia, Moura resolveu criar uma legenda para uma foto, e jogou a frase no Google Tradutor. A brincadeira deu certo, e quem seguia o Cartiê Bressão nas redes sociais aprovou. "Foi uma sacada que ajudou a amarrar o conceito." O autor escolheu as imagens do livro junto com a editora, mas a curadoria precisou ainda de um trabalho quase investigativo, pois ele teve de procurar as pessoas que apareciam nos retratos para que autorizassem o uso de imagem. "Me senti um detetive", brinca.

Cenas

Ao voltar ao Brasil depois de oito anos no exterior, quando morou em Londres, Buenos Aires e São Paulo, o carioca de 33 anos começou a reparar em certas situações que acontecem no Rio de Janeiro e jamais se repetiriam em outro lugar. "O brasileiro tem uma coisa muito particular com a cidade, o público e o privado é meio misturado." A praia, diz, é o seu local favorito para fotografar. "É mais ou menos do mesmo jeito que Bresson começou a olhar para as ruas de Paris. A maneira como o carioca usa a praia é uma cidade paralela."

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