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Fernanda Montenegro, premiada com o Emmy, vive Dona Picucha, uma idosa audaz, em Doce de Mãe | Fábio Rebelo/ TV Globo
Fernanda Montenegro, premiada com o Emmy, vive Dona Picucha, uma idosa audaz, em Doce de Mãe| Foto: Fábio Rebelo/ TV Globo

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Doce de Mãe. Todas as quintas-feiras, na RPC TV, depois do Big Brother Brasil 14.

O telefilme Doce de Mãe, exibido em dezembro de 2012 pela Rede Globo, era tão bom, e diferente de tudo, que parecia fadado a ter uma sobrevida, fosse em um segundo longa-metragem ou se desdobrando no formato de seriado. Saborosa comédia de costumes, construída em torno da ao mesmo tempo perspicaz e afetuosa Dona Picucha (Fernanda Montenegro) e de seus quatro filhos, acabou virando série. Chega hoje à noite a seu terceiro capítulo, de um total que deve chegar a 14.

A produção original, contudo, não foi realizada com o intuito de ser piloto de seriado. Essa decisão só foi tomada no ano passado, depois da ótima repercussão do filme, mas antes da premiação de Fernanda com o Emmy Internacional de melhor atriz.

Tanto isso é verdade que o episódio inicial da série reproduz, em certa medida, a mesma premissa do telefilme: o dilema dos filhos de Dona Picucha diante do fato de ela ter 85 anos e continuar vivendo sozinha, exposta a todo tipo de riscos.

Na série, a protagonista se antecipa aos filhos e toma a decisão de ir morar em uma casa de repouso para idosos. Mas não sem antes introduzir uma nova personagem, a médica Rosa (Drica Moraes), que pode ser filha de seu falecido marido com uma ex-babá de seus filhos.

Os méritos de Doce de Mãe são muitos, e vão além da sensacional atuação de Fernanda Montenegro. Escrita pelos cineastas gaúchos Ana Luiza Azevedo (de Antes Que o Mundo Acabe) e Jorge Furtado (O Homem Que Copiava), a série, assim como o telefilme, é produzida pela Casa de Cinema de Porto Alegre e explora o tema da velhice com muita leveza, inteligência e lirismo.

Dona Picucha é espirituosa, perspicaz e até certo ponto imprevisível em suas atitudes, por vezes intempestivas. Por ser idosa, seu comportamento é considerado errático, sintomático de um quadro de demência senil, talvez. Mas nada disso. Todas as suas ações têm muita lógica, ainda que sejam por vezes excêntricas, como organizar uma partida de pôquer no asilo, ou invadir o seu antigo apartamento, agora alugado para Rosa, em busca de uma escova com cabelos da médica, que serão usados em um teste de DNA para descobrir se ela é ou não filha de seu marido morto.

Gravada em Porto Alegre e nos arredores da capital gaúcha, Doce de Mãe traz à televisão uma outra, e bem-vinda, paisagem urbana, com uma luz diferente, e que foge dos clichês de locações mais usuais, como Rio de Janeiro e São Paulo.

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