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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Esperado como um dos potenciais sucessos latino-americanos de 2007 "O passado", um dos filmes mais contundentes da carreira de Hector Babenco, abriu às 22h15m de quinta-feira a 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Como longa-metragem de abertura a produção que arrancou risos, suspiros de surpresa e fortes aplausos da platéia, correspondeu com inquestionável excelência as ambições estéticas do evento. Estrelado pelo mexicano Gael García Bernal, o filme baseado no romance homônimo de Alan Pauls, foi exibido no auditório do Ibirapuera, que permaneceu inchado de espectadores até os instantes finais da fita.

Antes da sessão de "O passado", a mostra, uma garimpeira de pérolas cinematográficas, resgatou um curta-metragem raro e radicalíssimo do cineasta francês Claude Lelouch. O curta da década de 70 registra com um câmera subjetiva o deslocamento de um carro a toda velocidade pelas ruas de Paris. O resultado do bom trabalho de Lelouch é pura adrenalina. O diretor chegou na quinta-feira para a mostra e saudou o público dizendo:

- Eu completo 50 anos de cinema em 2007. É um prazer comemorar esta data aqui - afirmou o diretor que ganhou uma retrospectiva de sua obra incluindo exibições do filme que lhe rendeu a Palma de Ouro em Cannes: "Um homem, uma mulher".

Babenco por sua vez fez muitos corações sangrarem com uma abordagem para o amor que só poetas do abandono como Louis Malle tiveram peito e talento de realizar. Gael como de costume convence, embora o papel merecesse mais visceralidade. A trama acompanha o circo de desgraças que levam à entropia a paz do tradutor Rímini depois que ele se separa de Sofía. Uma ciranda de obsessões narradas a partir de uma fotografia mais do que competente tornam o longa perturbador.

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