
Como parte das comemorações do calendário oficial do Ano da França no Brasil, o Museu Oscar Niemeyer abre hoje a exposição Autocromos Lumière O Tempo da Cor, em que estarão expostas, pela primeira vez na América Latina, 70 imagens que tiveram origem nos autocromos dos irmãos Louis e Auguste Lumière. A mostra é uma parceria do MON com o Instituto Lumière, com sede em Lyon, na França.
Considerados os pais do cinema, os irmãos Lumière, formados em Engenharia, também revolucionariam a fotografia com a invenção, em 1903, da foto colorida com fécula de batata sobre placa de vidro os chamados autocromos.
Além das imagens fotográficas, a mostra exibe um autocromo original e 17 películas realizadas para divulgar o que é considerado o grande invento da dupla: o cinematógrafo, patenteado pelos irmãos em 1895. Entre os filmes, os primeiros da história do cinema, estão Banho de Mar (1895), Refeição do Bebê (1895), Chegada de Carro (1896), Aquário com PeixesVermelhos (1897) e Épinal: as Margens do Rio Moselle (1900). São pequenos retratos de cenas familiares e da vida cotidiana considerados os embriões dos filmes documentários (leia quadro).
No tempo do cinematógrafo, a impressão de cor era feita de forma artesanal, colorindo-se manualmente cada cópia de projeção, como já se fazia com a fotografia. "O cinema terá que esperar mais de 30 anos até alcançar valorização comercial de grande envergadura para suas tiragens animadas e em cores (...)", diz o texto de apresentação do catálogo da mostra.
Cor
Os irmãos Lumière criam, a partir de 1895, um processo próprio para colorir fotografias. Inicialmente, experimentam a síntese tricromo pelo método indireto, mas três capturas de imagens sucessivas, cada uma feita com um filtro colorido para seleção das cores, limitam seu uso a assuntos imóveis. Assim, a obtenção da prova final, formada pela superposição dos três positivos monocromos tingidos, continua fora do alcance do fotógrafo amador.
Louis Lumière, então, já por volta de 1900, resolve associar em um suporte único filtros coloridos que permitem tanto a seleção das cores na captura de cena quanto sua reunião no momento da visão.
Em 1903, os irmãos registram uma patente para uma placa que incorpora uma única tela tricromo para separar as radiações coloridas da luz. Nasce, assim, o autocromo.
Essa rede tricromo é composta por milhões de grãos microscópicos de fécula de batata, tingidos de alaranjado, verde e violeta, que agem como um filtro. A mistura é espalhada sobre uma placa de vidro coberta com verniz e, depois, com emulsão preta e branca. A revelação, idêntica à do processo preto-e-branco da época, só exigia a inversão em positivo da imagem negativa impressa.
Após essa patente, Luís Lumière dá continuidade a suas pesquisas como forma de elaborar a complexa fabricação industrial das placas. Em junho de 1907, o Autocromo Lumière, primeiro processo comercial de fotografia em cores, é introduzido no mercado. E a reprodução fotográfica a cores se encontra ao alcance de todos.
Serviço:
Autocromos Lumière O Tempo da Cor. Museu Oscar Niemeyer em Curitiba (R. Marechal Hermes, 999), (41) 3350-4400. Terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. Ingressos a R$ 4 (inteira) e R$ 2 (estudantes). Gratuito para grupos agendados da rede pública, estudantes até 12 anos, idosos e no primeiro domingo de cada mês. Até 13 de setembro.




