
Criado em agosto do ano passado com o intuito de discutir o hábito da leitura em seu cerne, o jornal Cândido, da Biblioteca Pública do Paraná (BPP), completa seu primeiro aniversário com novo fôlego. A partir da nova edição, que chega às ruas gratuitamente ainda este mês, a publicação comandada pelo diretor da BPP, Rogério Pereira, e pelo chefe da divisão de difusão cultural, Luiz Rebinski Junior, teve sua tiragem duplicada de cinco para dez mil exemplares mensais e o número de páginas também subiu, de 32 para 40.
O aumento, de acordo com o diretor da BPP, não é aleatório. "A demanda para o Cândido cresceu junto com ele. O jornal chegava aqui no começo do mês e lá pelo dia 10 já tinha acabado. Por isso aumentamos a tiragem", diz Pereira, contando que, além da distribuição na BPP, cafés, museus e outros espaços da cidade por onde passam pessoas interessadas no conteúdo do jornal, mais de mil exemplares da publicação são enviados para um mailing pelo correio.
Novidades
As oito páginas a mais das novas ediçoes do Cândido agora trarão, todo os meses, um ensaio na sessão "Livro e Leitura", além de uma ficção inédita sobre a cidade de Curitiba escrita por um autor da nova safra de escritores locais. Estream as sessões o ensaísta paulista Felipe Lindoso e o romancista curitibano Cezar Tridapalli, respectivamente.
As pequenas obras de ampliação a que o Cândido se submete por esses dias passam também por sua versão digital. "Estamos reformulando a página principal da Biblioteca Pública e o Cândido vai ter um espaço só dele, com o arquivo integral do jornal, para que ele seja mais conhecido nacionalmente", conta o diretor.
Feedback
Boa parte do sucesso do Cândido passa pela figura de Rogério Pereira, também editor do Jornal Rascunho há mais de uma década, o que lhe garantiu uma base sólida de conhecimento sobre o universo literário brasileiro e seus personagens. Esse mesmo fator, porém, é o ponto central das críticas que recebe colaboradores frequentemente figuram nos dois jornais, dando a impressão de uma "panela". O diretor da BPP afirma, entretanto, que tem a preocupação em separar os dois veículos. "O Rascunho e o Cândido são jornais de natureza similares, então é natural que alguns nomes se repitam, mas meu trabalho no Rascunho e meu trabalho no governo são duas coisas bem distintas. O Cândido não acompanha o mercado editorial, não fazemos resenhas de livros, e enquanto o Rascunho tem 90% dos colaboradores não paranaenses, a preocupação maior no Cândido é fazer um equilíbrio entre locais e nacionais, tomando o cuidado de não repetí-los".
O feedback do jornal, no balanço geral, é positivo em grande parte por esse último ponto. "Conseguimos injetar voz local em um veículo que circula no Brasil inteiro, fazendo com que não seja uma coisa só do Paraná, apesar de ser o jornal da BPP", diz Pereira.
Olhando em retrospecto, Pereira se diz satisfeito com o espaço conquistado pelo Cândido nesse primeiro ano de existência. "Acho que ele superou nossas expectativas. Agora a meta é fazer com que ele se mantenha e ganhe mais visibilidade, para se firmar como um veículo importante do governo".




