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Não dá para ler tudo? Leia o que faz mais falta

Dizem que o filósofo alemão Gottfried Wilhelm von Leibniz, no comecinho do século 18 (e lá se vão 300 anos), foi o último homem a dominar todo o conhecimento à disposição em sua época. Kant, algumas décadas mais tarde, já não teria conseguido acompanhar tudo o que se sabia de matemática. Mais um tempo e Nietzsche escreveu que não era vergonha se dedicar a conhecer bem umas poucas áreas e deixar o resto meio de lado.

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Atriz satiriza pretensão intelectual

Quantas vezes você já se sentou na plateia de uma palestra e se irritou com a profusão de citações de autores que desconhece? Pior ainda se a voz da sabedoria lá na frente for enfadonha e blasé. Em um da­­do momento você desconfia: Será que as frases estão sendo atribuídas aos verdadeiros donos?

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Senhor de todas as verdades

Nenhum filme nasce clássico. Cabe ao tempo relegá-lo ao esquecimento, ou dele resgatá-lo. Ainda que um título seja uma unanimidade de crítica quando é lançado, isso não significa que, dali a dez, 20 anos, ainda será lembrado e até mesmo considerado uma obra relevante. Por outro lado, há longas-metragens recebidos com frieza, até desprezo, quando chegam ao cinemas, e acabam redescobertos.

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A roupa eterna

Camisa branca, pérolas, batom vermelho, vestido preto, trenchcoat, smoking feminino, scarpin, jaqueta de couro, t-shirt, calça jeans. Por mais que não se ligue em moda, é difícil quem não reconheça essas peças como clássicos da indumentária ocidental. Mas o que leva uma roupa ou um acessório a se perpetuar como tal?

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A cena é a seguinte: no centro de Curitiba, um carro anda lentamente, com as janelas abertas que deixam escapar os acordes inconfundíveis de "Radio Ga Ga", um clás­­sico da banda britânica Queen. Enquanto cantavam junto com Fred Mercury, três pessoas – um destes jornalistas entre eles –, discutiam sobre o porquê de a música ser tão conhecida, do Brasil ao Japão. Então a pergunta finalmente surgiu. Afinal de contas, o que é um clássico?Do Choco Milk de garrafinha da vidro à Nona Sinfonia, de Be­­ethoven, o Caderno G Ideias de hoje pretende entender quais as características que fazem de determinado produto cultural –ou não, pense em um kichute – um legítimo clássico. E a discussão, ao menos na música, parece encafifar até mesmo os mais esclarecidos.

"Essa pergunta não é fácil de responder. Até porque, principalmente em música popular, não há sempre consenso sobre o que é ‘clássico’. Uma música que fez sucesso? Uma que até hoje é lembrada pelo grande público? Uma que abalou estruturas mas não ficou tão conhecida, e é mais ‘influente’ que ‘popular? Ques­­tãozinha espinhosa essa...", diz Tárik de Souza, jornalista e crítico musical.

O termo "clássico", explica a coordenadora do curso de História da Pontifícia Universidade Cató­­lica do Paraná (PUCPR), Maria Ce­­cília Pilla, durante muito tempo foi utilizado para se referir a manifestações da Grécia Antiga, seja o teatro ou os mitos. Mas a palavra, com o passar do tempo, foi reinventada. Hoje, é comum utilizar a expressão para se referir tanto a um sanduíche como o X-Mon­­ta­­nha, comercializado pe­­la lanchonete curitibana Montes­­quieu, a canções da Madonna, Pink Floyd, Michael Jackson ou da Banda Calypso.

No entanto, observa Maria Cecília, o que determina se algo é clássico, ou não, é a autoridade de quem faz o enunciado. Um sujeito com reconhecimento na sociedade, um crítico de arte ou um estudioso, por exemplo, pode fazer com que uma peça de teatro ou canção pop se torne um clássico. A professora chama atenção para o fato de que todo clássico está ligado ao conceito de belo e bom e, na sociedade de consumo, os produtos que recebem esse rótulo passam a ser mais procurados. "De um destino turístico a um filme, de uma casa noturna a um autor, as pessoas gostam de consumir o que é chamado de clássico", afirma Maria Cecília.

Falso simples

Nas aulas de Filosofia que leciona na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a professora Kathrin Rosenfield costuma dizer que os clássicos não podem ser associados a ideia de algo simples. Em uma peça de William Shakespeare ou em um romance de Dostoiévski, ou de Guimarães Rosa, há apenas na superfície uma aparência de simplicidade, argumenta Kathrin, mas as obras de grandes autores tratam de questões complexas, e a cada no­­va leitura um clássico apresenta uma novidade para o leitor.

O professor de Literatura da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Lawrence Flores Pereira, completa o raciocínio da professora Kathrin e acrescenta que, além de tratar de questões complexas, uma obra é, e se torna, clássica pelo fato de captar e traduzir o espírito de seu tempo. Isso vale, por exemplo, para as canções da bossa nova e para o romance D. Quixote, de Miguel de Cer­­vantes, do século 17. Mas, pondera o professor Pereira, a noção do que é clássico muda de tempo em tempo. O que hoje é um clássico, amanhã pode ser esquecido.

Do Guarani ao guaraná

O termo "clássico" atravessou fron­­teiras e atingiu outros meios. No futebol, por exemplo, há o dia de clássico. É quando há uma partida entre dois times carregados de rivalidade e que partilham aspectos em comum – a cidade que representam, pode ser um deles. Ainda no futebol, episódios que ganham contornos dramáticos viram clássico. É o caso de Brasil x França, que virou um clássico moderno depois do jogo entre as duas seleções na Copa de 1986 – houve a final polêmica em 1998 e o jogo que desclassificou o Brasil na Copa de 2006. Para continuar dentro das quatro linhas, uma frase emblemática de Jardel, ex-atacante do Grêmio e da Seleção Brasileira. "Clássico é clássico e vice-versa".

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