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Políticas públicas

O retorno do Cine Luz

Fundação Cultural quer reativar espaço na Praça Santos Andrade, interditado em 2009 pelo Corpo de Bombeiros

Desde o fechamento em 2009, imóvel que abrigou o Cine Luz está abandonado | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Desde o fechamento em 2009, imóvel que abrigou o Cine Luz está abandonado (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)
Localizado na Praça Santos Andrade, o cinema ajudava a movimentar a região |

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Localizado na Praça Santos Andrade, o cinema ajudava a movimentar a região

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A notícia de que o desativado Cine Luz – que funcionou até 2009 na Praça Santos Andrade, centro de Curitiba – reabriria no mesmo espaço animou cinéfilos e antigos frequentadores. A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) anunciou que quer reativar o cinema, porém, as adequações do prédio, construído na década de 1970, são complexas.

O Luz foi projetado em um subsolo e não atendia as regras atuais de acessibilidade e segurança. Por conta disso, foi interditado em 2009 pelo Corpo de Bombeiros e Ministério Público, que concluíram que o espaço não era adequado para atividades públicas. Na época, a gestão da fundação, comandada pelo hoje secretário estadual da Cultura, Paulino Viapiana, concluiu que não valeria a pena realizar todas as adequações exigidas por conta do custo das reformas (que não foi informado). O imóvel seria leiloado no ano passado, mas não apareceram compradores interessados, segundo a atual gestão da FCC.

Para uma das exigências, a construção de duas saídas de emergência diretamente para a rua, por exemplo, a opção era instalar um túnel até a praça Santos Andrade. No mesmo ano em que o Luz fechou (2009), o prédio do antigo quartel do Exército, na Rua Riachuelo – que abrigará o Cine Passeio (leia mais nesta página) –, passou para a Fundação Cultural. A iniciativa fortaleceu a intenção de reativar extintos cinemas de rua no local.

De acordo com a FCC, uma nova vistoria foi realizada pelo Corpo de Bombeiros no Luz, que teria mostrado ser possível reformular o prédio. Entretanto, a assessoria de imprensa dos Bombeiros informou que só é possível verificar as condições com um projeto pronto – o que ainda não é o caso, e que a conversa com a FCC deve ter sido "informal." A Secretaria Municipal de Administração também não permitiu que a Gazeta do Povo entrasse no prédio para fotografar o antigo cinema, alegando questões de segurança.

Segundo o presidente da FCC, Marcos Cordiolli, os bombeiros e Secretaria Municipal de Urbanismo foram consultadas para saber o que é necessário fazer para ressuscitar o Luz, proposta que faz parte de uma pesquisa sobre a receptividade do público com as salas de cinema de rua. "Conversamos com alguns técnicos e vimos que as obras são possíveis", informa. No caso da saída de emergência para a rua, Cordiolli afirma que serão feitas negociações para que elas sejam construídas para os fundos de um hotel, localizado ao lado. "O que acontecerá é que teremos de reduzir as poltronas, mas queremos manter pelo menos 80 lugares."

Obras

O procedimento para começar as reformas depende do desenvolvimento do projeto, que deve ser do Ippuc. "Estamos prevendo verba inicial para estudos no orçamento de 2014", diz Cordiolli. O dinheiro para as obras, segundo ele, será arrecadado por meio de uma solicitação especial de recursos para a prefeitura, mas não está descartado o uso de fontes de financiamento ligadas ao Ministério da Cultura, e não há perspectiva de quanto será gasto. A intenção da fundação é que a sala opere já em 2014.

Programação

De acordo com Cordiolli, a decisão de reabrir o Cine Luz vem da necessidade de Curitiba voltar a ter um circuito de cinema alternativo – as salas chamadas de "porta para a rua" diminuíram no país a partir do final da década de 1990. "Faz parte da política pública ofertar outras cinematografias além das já hegemônicas, que permitam uma experiência estética diferente." A FCC pretende inaugurar, além do Cine Passeio e o Luz, outros dois cinemas de rua até 2016.

O presidente da FCC conta que um conselho de programação será instituído para selecionar os filmes, e que estão nos planos retomar a exibição de musicais (uma tradição do extinto Cine Astor, que ficava na Rua Voluntários da Pátria), e sessões especiais com programação infantil e familiar em horários determinados, além de outras ofertas alternativas. "Entendemos que as pessoas não vão ao cinema pelo título, mas por uma rotina, o que implica em estratégias. A devolução do Luz é um símbolo da reocupação do centro", salienta Cordiolli.

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