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Música

O Tremendão voltou

Erasmo Carlos lança disco com 12 músicas inéditas. Rock `n´ Roll é o título do disco e a síntese do artista

Erasmo Carlos: rock, energia e bom-humor aos 68 anos | Fotos: Divulgação
Erasmo Carlos: rock, energia e bom-humor aos 68 anos (Foto: Fotos: Divulgação)
Disco foi lançado pela gravadora do filho |

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Disco foi lançado pela gravadora do filho

Enquanto o "Rei" se preparava para comemorar seus 50 anos de carreira com megahows pelo Brasil, Erasmo Carlos entrava em estúdio para gravar seu último disco. Rock’n’Roll é o nome do trabalho, que acaba de ser lançado pela Coqueiro Verde Records – selo de Léo Esteves, filho do músico. O título não poderia ser outro. Rock-and-roll também é um sinônimo eterno do ex-parceiro de Roberto Carlos, que demonstra mais uma vez sua enorme capacidade de fazer boas canções e de reler o mundo sob a ótica do rock.

"É meu primeiro disco totalmente voltado para o rock desde os anos 1980, bicho", conta Erasmo. A cabeça prolífica do músico foi um "problema" na hora de escolher as 12 canções, todas inéditas. Antes eram 25. Depois da peneira, os primeiros contatos com o produtor Liminha – que parece mesmo ter algo de Midas em si. "Ele é velho amigo. Já gravamos juntos, já tivemos banda juntos. O trabalho dele foi lindo, ele teve sensibilidade para combinar as coisas." As gravações começaram em março deste ano.

O Tremendão assina na íntegra cinco faixas do novo disco. O restante, parcerias com Nando Reis, Chico Amaral, Nelson Motta e com o próprio Liminha. "Pedi uma letra para o Nelson. Eu o admiro muito e a gente nunca tinha trabalhado juntos", conta Erasmo, que é muito bem acompanhado por Dadi (guitarra e baixo), Cesinha (bateria) e Alex Veley (teclados).

Inspiração

Aos 68 anos – completados ontem –, o que inspira um artista que compôs quase 500 músicas que já falaram sobre quase tudo? "Os temas estão aí. Eu penso 24 horas por dia. Pego coisas que você fala, coisas que leio no jornal, vejo na televisão, no cinema. Aí é só montar a história", explica. Nas letras de Rock ‘n’ Roll há mangá, chuva ácida, photoshop, dança do créu e Marge Simpson. E tudo em seu devido lugar. "A gente vai criando conforme as informações que temos. Tá tudo mudando muito rápido, bicho." Ligado, o Tremendão recentemente estreou seu espaço no myspace – www.myspace.com/erasmocarlos.

Ao visitar os Estados Unidos recentemente, Erasmo surpreendeu-se com os inúmeros covers de Elvis com que esbarrou. No Brasil, via sósias de Raul Seixas, de Roberto Carlos, dos Beatles. Enciumou-se e gravou "Cover", a segunda do disco, em que canta "Eu sou meu cover". "Pensei, pô, nunca vi um cover meu por aí", defende-se.

Guitarras

Certo dia um grupo de fãs deu um "esporro" em Erasmo. Pediam mais guitarra, menos teclados. Mais rock, menos MPB. "Eu também estava com saudade, bicho. Meus fãs estão sorrindo de orelha a orelha agora porque o Tremendão voltou", brada o músico, que nos últimos discos – o mais recente era Santa Música (2004), – namoricou sem êxito sons eletrônicos enquanto dava férias à guitarra. "Queria ver como seria minha música daquele jeito. Precisava experimentar", conta, meio que arrependido.

Depois de Elvis e Beatles, nada mais surpreendeu Erasmo. Mesmo assim, o músico diz que ouve os muitos discos lançados pela Coqueiro Verde. E se abraça com seus ídolos do rock e do funk – "não o carioca, o de James Brown" – quando tem tempo livre. "Nos meus momentos de tranquilidade, apelo para os discos antigos", conta.

Roberto Carlos

A certa altura do livro Música, Ídolos e Poder – do Vinil ao Download do executivo da música André Midani, lê-se "jantar após jantar, o mote era: Erasmo, você é bem mais interessante que o Roberto". A comparação é logo desfeita. "Não sei, bicho. Se ele sentiu isso, tudo bem. Mas eu não acho verdade."

O "Rei" não ouviu as novas canções de Erasmo. Se antes os Lennon e McCartney brasileiros eram carne, unha e música, hoje são colegas que pouco se veem. "A gente só se fala no Natal, nos aniversários de cada um e quando temos de trabalhar."

A distância também reflete o momento musical da dupla. Enquanto o Roberto parece desfrutar de seu confortável trono, envolto por musas e rosas, o plebeu do rock continua a fazer barulhos. E dos bons.

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