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Música

O violino em sua versatilidade técnica e musical

O violinista Càrmelo de Los Santos apresenta na Série Solo Música a obra “24 Capriccios para Violino Solo, Opus 1”, de Paganini

Para o músico, “Capriccios” de Paganini são obras-primas | Divulgação
Para o músico, “Capriccios” de Paganini são obras-primas (Foto: Divulgação)

Poucas obras para violino podem ser tão desafiadoras para um músico quanto os "Capriccios" de Niccolò Paganini. As vinte e quatro peças, escritas entre 1802 e 1817 pelo compositor genovês exploram, cada uma, uma particularidade técnica do instrumento, sendo comumente usadas por estudantes avançados que desejam aperfeiçoar suas habilidades. É o que conta o músico gaúcho Càrmelo de Los Santos, próximo convidado da Série Solo Música, projeto da Caixa Cultural idealizado pelo produtor Álvaro Collaço, que acontece hoje, a partir das 20 horas, no Teatro da Caixa. O violinista fará uma rara execução completa de "24 Capriccios para Violino Solo, Opus 1", e de cor. "É uma habilidade que eu tenho, para mim é natural decorá-los. Claro, é uma obra que exige demais do cérebro, mas estando descansado consigo manter o foco e tocar todos, que, sem interrupções, duram uma hora e meia."

Não obstante, Santos, radicado há 15 anos nos Estados Unidos e professor da Universidade do Novo México, é um músico que está à altura do desafio: destacou-se aos 16 anos por ganhar o Prêmio Eldorado de Música, em São Paulo, sendo o mais jovem vencedor e o primeiro instrumentista de cordas a vencê-lo por unanimidade de público e crítica. Ele diz que o recital é a realização de um antigo sonho: "Conheci essa obra de Paganini quando tinha 13 anos, e aprendi um ou outro para estudo. Há dois anos comecei a cogitar a ideia de tocar todos os ‘Capriccios’ e testei o recital em festivais de música para alunos, mas esta será a primeira vez que toco a obra completa para o público."

Técnicas

Staccato, tremolo, cordas duplas, ricochet. Algumas das técnicas mais estudadas no violino são exploradas em sua totalidade nas complexas peças de Paganini – uma das razões do fascínio do músico gaúcho pela obra. "Sempre me despertou a curiosidade esse virtuosismo e esse controle do Paganini. Acho que ele conseguiu em sua genialidade equilibrar o aspecto técnico e o musical, e apesar do grande esforço para executar essas peças, elas acabam soando muito simples. Cada vez mais me convenço de que os ‘Capriccios’ são obras-primas", comenta.

Além da dificuldade técnica da obra, Càrmelo de Los Santos não nega a pressão de se apresentar sozinho para a plateia do Teatro da Caixa, e diz que a tarefa "olímpica", como chamou, demanda uma preparação física. "Eu até gosto de me apresentar sozinho por ter um controle maior sobre todos os aspectos do recital, mas a exposição obriga a gente a redobrar nossos esforços para tocar melhor. Tenho feito uma preparação física grande, voltei a correr e fazer musculação, e perdi 12 quilos no ano passado. Acho que hoje tenho mais energia para tocar os ‘Capriccios’, e pretendo continuar tocando-os por muito tempo ainda."

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