Berlim - A diversidade do cinema europeu está presente em Berlim com os novos filmes de dois cineastas de gerações diferentes: o francês Bertrand Tavernier, com In the Electric Mist ; e o sueco Lucas Moodysson, com Mammoth.
Tavernier, de 68 anos, ganhou o Urso de Ouro com A Isca em 1998 e, em 2002, voltou a competir com Passaporte para a Vida.
No seu novo filme, o cineasta francês volta ao gênero criminal, numa trama de ação, com pinceladas de suspense. Ambientada na Louisiana, a história gira em torno do detetive Dave Robicheaux (Tommy Lee Jones), que está atrás de um serial killer e acredita que há uma conexão com Balboni, o mafioso local, interpretado por John Goodman.
Balboni está produzindo um filme que inclui o astro de Hollywood Elrod Sykes (Peter Sarsgaard). Revelações do ator para Dave trazem à tona algumas lembranças do detetive que podem levar ao assassino.
O filme é baseado no livro homônimo de James Lee Burke, famoso por ter sido rejeitado 111 vezes para publicação e acabar ganhando o Pulitzer. Tavernier disse que foi difícil penetrar no mundo sombrio do consagrado escritor texano. "Burke fascina porque seus personagens são rudes e não podem ser vistos apenas com os olhos de quem está de fora", afirmou contando que, quando leu o livro, meditou muito como poderia reproduzir a atmosfera e a luz difusa criadas pelo escritor.
"Já trabalhei em muitos lugares onde a luz muda muito, mas o bayou da Lousiana é muito difícil e tem sua própria identidade", disse.
Uma história global
Mammoth também marca o retorno de Moodyson ao festival, onde em 1998 ganhou o prêmio Teddy Bear, (destinado a trabalhos com temática homossexual), com Amigas de Colégio.
Seu novo filme, que faz a conexão de três histórias passadas em lugares diferentes, segue Tom (Gael Garcia Bernal), que, numa viagem de negócios à Tailândia, vive uma nova experiência e descobre que deseja mudar radicalmente de vida. Sua esposa, Allison (Michelle Williams), é uma médica que mora em Nova Iorque com a filha de 8 anos e a babá da menina, que tem dois filhos.
Moodysson é conhecido pelos seus filmes contestadores e Mammoth não foi bem recebido na sessão prévia para a imprensa, com vários jornalistas deixando a sala de exibição antes do final do filme, mas a coletiva da qual participou a reportagem do Caderno G foi bem concorrida, com muitas perguntas ao controverso diretor.
Ele não soube explicar as origens de Mammoth. "Eu nunca tenho ideia de como, onde e por que as coisas começam. Mas eu acho que o filme tem algo a ver com limpeza. Eu estava realmente interessado na idéia de abordar a vida das pessoas que sobrevivem da faxina limpando o apartamento de outras ou recolhendo o lixo das ruas."
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