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As declarações do "BBB" Felipe Cobra dizendo que se um homossexual mexesse com ele "levaria bolacha", exibidas na madrugada do dia 12, na Rede Globo, e vistas posteriormente em um vídeo no site do programa causaram indignação e levaram a ONG Estruturação, de Brasília, a entrar na Justiça contra o skatista do Rio de Janeiro e contra a Rede Globo.

Felipe, durante uma conversa na casa, disse:

"Não tenho nada contra, tenho um monte de amigos viado, respeito... Respeito na moral. Cada um com suas opiniões, cada um com suas vontades. Agora, você lá e eu aqui, irmão. Agora, não vem entrar no meu espaço não. Não vem entrar no banheiro e querendo colocar a mão, que vai levar bolacha".

Sua fala foi exibida na madrugada, durante um flash ao vivo do programa. Welton Trindade, presidente da ONG Estruturação, explicou que, na manhã de sexta-feira, 12 de janeiro, integrantes da entidade e outros conhecidos entraram em contato com a ONG indignados, contando que viram na TV o "BBB" dizendo que ia bater em gays.

Os membros da ONG decidiram então monitorar o programa na noite da sexta-feira e nas outras duas noites subseqüentes. Esperavam para ver se alguém falaria do caso ou iria se retratar. Como nada foi feito, eles enviaram, na manhã desta segunda, uma carta para a Rede Globo pedindo que o participante se desculpasse e que fosse criada uma regra para evitar comentários preconceituosos.

- Além desta tentativa de diálogo com a Rede Globo, decidimos também na segunda-feira entrar com ação ordinária de reparação na Justiça contra o participante, exigindo que ele responda legalmente por ter incentivado a violência em rede nacional. Todos os "BBBs" sabem que não existem conversas privadas naquela casa. Eles usam microfone 24 horas por dia. Felipe não pode atentar contra os valores democráticos e os direitos humanos, incentivando a violência - explicou Trindade.

Após receber a carta da Estruturação, a Rede Globo disse que não havia exibido as declarações de Felipe. Membros da ONG buscaram e encontraram as imagens no site, o que levou a emissora a voltar atrás e reconhecer que as imagens foram, sim, exibidas. A ONG decidiu então esperar até o programa exibido na noite de terça-feira, dia 16 de janeiro, para ver se a emissora e o participante iriam se desculpar publicamente. Como isso não aconteceu, decidiram entrar com uma ação também contra a Rede Globo, no Ministério Público.

- Estamos questionando como uma emissora de TV, que é uma concessão pública, pode incentivar a violência e o preconceito. Se Felipe tivesse dito que iria bater em negros, creio que a comoção no Brasil seria igual a causada pelo racismo no "Big Brother" britânico, em que até o primeiro-ministro Tony Blair se manifestou dizendo que o "racismo tem de ser combatido de todas as formas" - concluiu o presidente da ONG.

Além das ações na Justiça, Trindade disse que a comunidade de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e transexuais está se organizando para "detonar" Felipe Cobra, caso ele seja indicado ao paredão.

A Central Globo de Comunicação, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que as imagens foram realmente exibidas em um flash ao vivo na madrugada do dia 12, quando o sinal da casa foi aberto e o que acontece lá dentro é exibido em tempo real. A assessoria recebeu na segunda-feira o e-mail da ONG Estruturação e o encaminhou ao departamento jurídico.

A assessoria informou também que Central Globo de Comunicação não foi oficialmente informada sobre a ação da ONG Estruturação.

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