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Música

Os Mutantes e sua artilharia na trincheira do John Bull

Lendária banda volta à Curitiba para lançar o novo álbum Fool Metal Jack e participar do aniversário da casa noturna

Novo álbum: parte dos integrantes da formação atual da lendária banda do rock brasileiro | Divulgação
Novo álbum: parte dos integrantes da formação atual da lendária banda do rock brasileiro (Foto: Divulgação)
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Quando Sérgio Dias Bap­­­tista tinha treze anos, decidiu abandonar o colégio. Preferia ficar em casa estudando guitarra por horas.

Dois anos depois, já com fama de menino prodígio, estreou na banda de rock que seu irmão Arnaldo Baptista montara com a amiga Rita Lee e o baterista Dinho: Os Mutantes.

Passaram-se mais dois anos e a banda entrou em estúdio duas vezes: uma para gravar o álbum de estreia e outra para o disco colaborativo Tropicália: ou Panis et Circensis (1968). O resto é uma história que já completou 45 anos.

"Foi maravilhoso. Não tivesse acontecido tudo aquilo, não sei onde estaria. A gente era predestinado a isso. Olhando para trás, eu não faria nada diferente", disse o guitarrista.

Sérgio é quem carrega atualmente a bandeira com o nome dos Mutantes, após a reunião da banda em 2005, em Londres, que uniu também Arnaldo e Dinho (Rita Lee não aceitou o convite e foi substituída por Zélia Duncan).

Esta formação durou até 2007. Dinho, Arnaldo e Zélia não puderam conciliar suas atividades com a rotina das turnês.

Sérgio, porém, resolveu seguir com os músicos que reuniu pela afinidade com a história dos Mutantes.

"Jamais sonhei que chegaríamos em algo nem próximo disso. Depois dos primeiros shows, os caras ficaram gritando nosso nome por dez minutos. Depois, tocamos em alguns dos principais palcos do mundo. E até agora não paramos", disse.

Na próxima sexta-feira, 9, Os Mutantes voltam a Curitiba com dois objetivos: lançar seu novo álbum, Fool Metal Jack, e celebrar os trinta anos da casa noturna John Bull (leia mais ao lado).

Segundo Sérgio, o álbum consolida a atual formação da banda que além dele tem Vinícius Junqueira (baixo), Vitor Trida (guitarra, teclado e violino), Esmeria Bulgari (vocais), o curitibano Henrique Peters (teclado) e Cláudio Tchernev (bateria).

Ele explica que o álbum tem as experimentações e misturas pouco usuais de instrumentos e ritmos que "a banda toda curte". A maior parte do material é composta por Sérgio, com algumas parcerias com músicos da banda, com o DJ nova-iorquino Sam Spiegel e com Gilberto Gil. No show, a banda também vai tocar seus inúmeros sucessos.

Valsa

A música título do álbum é um rock psicodélico antibelicista que faz referência ao filme Nascido para Matar (em inglês, Full Metal Jacket), dirigido por Stanley Kubrick em 1987.

Segundo Sérgio é "uma brincadeira séria com os americanos ou com qualquer um que esteja indo para a guerra". "A música é o que passa minha cabeça: um soldado idiota morrendo no campo de batalha", explicou.

Algumas canções do disco como "Ganja Man" e "Valse LSD". citam drogas em seus títulos. A segunda, conta o mutante, surgiu depois de uma viagem "sem querer". "Foi na Califórnia. Alguém me deu um baseado para dar um tapa e eu dei, mas tinham pingado LSD nele", disse.

Ele garante que atualmente sua relação com drogas é "nenhuma", apesar de admitir que o tema é muito complexo. "Não aconselho que saiam tomando, mas adoraria que tivessem mais pesquisas sérias. É algo que acompanha a humanidade há séculos e precisa ser melhor entendido".

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