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Família Simpsons passa por crise no filme | Divulgação/20th Century Fox Films
Família Simpsons passa por crise no filme| Foto:

Homer e seu amiguinho (mas, claro, principalmente Homer) serão responsáveis por fazer com que Springfield seja vítima de um desastre ambiental. O presidente dos EUA, Arnold Schwarzenegger, e o chefe da Agência de Proteção Ambiental, Russ Cargill, decidem isolar Springfield com uma redoma. A cidade, revoltada, vai atrás de Homer assim como os aldeões foram caçar o monstro de Frankenstein. Com isso, o patriarca dos Simpsons será responsável por uma cisão em sua família e casamento, proporcionando uma estranha relação entre Bart e aquele que amamos odiar, o carola Ned Flanders. Homer terá que reavaliar suas escolhas e tomar a decisão mais importante de sua vida. Cabe a ele encontrar o caminho que lhe permitirá salvar seu casamento, sua família, e sua cidade.

O roteiro, escrito a 22 mãos, teve mais de 100 tratamentos, e foi sendo reescrito durante dois anos. O filme possui 100 personagens com falas, e conta uma história bem desenvolvida, com conflitos, ótimos diálogos e muito humor inteligente. "Os Simpsons - O filme" dispara sua metralhadora giratória e acerta em alvos tão díspares como, dentre outros, Al Gore, Bush (principalmente), Tom Hanks, os filmes de ação/efeitos especiais e, nos créditos finais, os estudantes de cinema já formados. Ou seja, cineastas.

Alguns poderiam dizer que eles tampouco poupam a si mesmos. Todas as situações e gags visuais - algumas (não, várias) rapidíssimas - estão muito bem costuradas e, sempre, a serviço da história que se quer contar, fazendo com que a trama avance. Quem está acostumado com o desenho animado da telinha, já sabe que a série é uma obra que sempre está contando uma piada além da piada, passando uma outra informação - quase sempre aprofundando a psicologia de um personagem, através de elementos de sua biografia - nem sempre codificada por todos. Por isto, há que se estar atento às sutilezas do roteiro, que são muitas. Caso contrário, há apenas a possibilidade de se rir menos.

Com uma hora e meia de duração, estas sutilezas vão sendo, assim como os detalhes, distribuídas por toda a telona. Entretanto, a lamentável ausência do ótimo Waldyr Sant'Anna - principal dublador de Homer -, mesmo amenizada com um ótimo trabalho de Carlos Alberto - que seguiu o dublador oficial, Dan Castellaneta - pode vir a irritar (bastante) os fãs mais ardorosos. O que não deixa de ser uma pena, mesmo sendo este o único ponto destoante do filme que, após quase 20 anos desde a criação de seus personagens, é um dos mais aguardados dos últimos tempos. E ele é aguardado não somente para presentear os fãs com uma história completa em um longa-metragem. Mas também, e sobretudo, para que se possa visualizar na tela grande um trabalho genial e que continua relevante, ao se apropriar muito bem das mudanças e inovações que esta época tecnológica e veloz proporciona. Sem nunca perder o pique. Ou a piada.

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