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Clássica

OSP toca Piazzolla e Villa-Lobos amanhã

Regente será Cláudio Cruz, da Orquestra Sinfônica Jovem de SP | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Regente será Cláudio Cruz, da Orquestra Sinfônica Jovem de SP (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) dá sequência à temporada de 2014 com dois concertos, amanhã e na terça-feira, 29, sob regência de Cláudio Cruz, maestro titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. O convidado, spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) desde 1990, também atuará como solista em Quatro Estações Portenhas, de Astor Piazzolla (1921-1992). Completa o programa a Bachianas Brasileiras N.º 7, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

A obra do brasileiro, conforme explica Cruz, dialoga com o caráter de música popular da peça de Piazzolla – ícone da música argentina e compositor revolucionário para o tango. "A obra de Villa-Lobos é uma peça erudita com elementos do folclore brasileiro", explica o maestro. "Piazzolla usa em sua obra o tango, que é uma expressão do povo argentino. Então, sem dúvidas, existe este paralelo", diz.

De acordo com o maestro, outra característica em comum entre as obras seria uma "certa melancolia", que poderá ser percebida graças ao entrosamento que estabeleceu com a OSP.

"O aspecto emocional das músicas está sendo trabalhado. Em geral, os maestros não conseguem chegar até este ponto. Eles montam o programa tecnicamente e já chega o dia do concerto. Estou tendo a oportunidade de trabalhar esta parte estética, porque houve uma sintonia muito boa entre eu e os músicos, e os ensaios caminharam muito bem. Acredito que vai ser um concerto acima da média", prevê Cruz, tecendo elogios ao profissionalismo do grupo.

Integração

O maestro, que se apresentou à frente da OSP também na temporada passada, diz que seu estilo de trabalho envolve integração de ideias com a orquestra, que segue sem uma liderança artística definida desde a saída de Osvaldo Ferreira do cargo de maestro titular e diretor artístico, no fim do ano passado. De acordo com o convidado, esta liderança acontece com a participação dos músicos. "Acredito na troca. Faço propostas musicais definindo toda a interpretação, mas também as recebo dos músicos", explica.

Na opinião de Cruz, o melhor modelo de direção artística para uma orquestra sinfônica é colegiada. "O ideal é que tenha uma comissão artística pensando a programação. Acho que pode ser um bom caminho para a OSP, e esse é um exemplo a seguir de nomes como a Filarmônica de Berlim e a Orquestra Real do Concertgebouw de Amesterdã", diz. "O que não dá é para ficar sem. Aí, institui-se o caos."

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