
Há uma overdose de vampiros no mundo pop, não há como negar. Com o espetacular sucesso planetário da saga de livros (e filmes) Crepúsculo, vários outros produtos culturais receberam sinal verde para ganhar vida. Entre eles, talvez o mais interessante seja o seriado True Blood, cuja terceira temporada estreia hoje na programação do canal pago HBO, às 22 horas.
Baseado na série de romances de terror pulp assinados pela escritora Charlaine Harris, True Blood não é tão romântco e descaradamente voltado ao público adolescente quanto a quadrilogia Crepúsculo. Na verdade, ao falar sobre um mundo onde mortais são forçados a conviver com vampiros, a produção os trata como uma minoria oprimida, a exemplo dos negros, latinos ou homossexuais.
A trama, que se desenrola numa pequena cidade do conservador e ultrarrepublicano estado da Luisiana, no sul dos EUA, é escrita e produzida por Alan Ball, vencedor do Oscar de melhor roteiro original pelo filme Beleza Americana e criador de outro sucesso da tevê norte-americana, A Sete Palmos. Em ambos, assim como em True Blood, ele fez uso de seu olhar crítico e irônico para discutir a sociedade dos Estados Unidos nos dias atuais.
Nesta terceira temporada de True Blood, que chega ao público brasileiro duas semanas depois da estreia nos EUA, a protagonista vive um impasse. A garçonete Sookie Stackhouse (Anna Paquin) continua apaixonada pelo vampiro Bill Compton (Stephen Moyer), que no passado foi soldado confederado durante a Guerra Civil. Mas há outro dentuço sanguessuga na área.
Na segunda temporada, um atentado terrorista antivampiros quase lhe tirou a vida e Sookie apenas sobreviveu graças ao sangue de Eric (o ator sueco Alexander Skarsgård), rival número 1 do namorado dentro da comunidade vampiresca local. O contato íntimo e pessoal faz com que a garçonete, pelo próprio fato de ter ingerido hemácias e hemoglobinas do vampiro, passe a ter delírios eróticos com seu salvador, ainda que involuntariamente e no mundo dos sonhos.
A consolidação desse triângulo amoroso e suas consequências estarão no epicentro da temporada, mas outras subtramas deverão fazer o deleite dos fãs da série, que já é um fenômeno pop na tevê americana, alcançando altos índices de audiência e alavancando as vendas dos livros de Charlaine Harris.
Mais terror
Agora surto mundial mesmo é a saga Crepúsculo. E, coincidência ou não, ao mesmo tempo em que True Blood retorna ao ar, estreia, na noite de terça para quarta-feira, Eclipse, adaptação do terceiro livro da série assinada pela autora Stephenie Meyer. Sob a direção de David Slade, de 30 Dias de Noite (uma história de vampiros baseada nos quadrinhos de Frank Miller), o filme reencontra a colegial Bella (Kristen Stewart) e o dândi sanguessuga Edward (Robert Pattinson) em fase de intenso romance, depois de terem ficado longe um do outro em boa parte do segundo episódio, Lua Nova.
A felicidade do casal, entretanto, tem os dias contados. Victoria (agora vivida por Bryce Dallas Howard, de A Vila), vampirona do mal cujo companheiro foi morto por Edward no primeiro episódio, volta à cena para se vingar. Para isso, resolve capitanear um exército de mortos-vivos recém-transformados que aterroriza a cidade de Seattle e tem como objetivo final destruir o clã dos Cullen, que se recusam a se alimentar de sangue humano, e, sobretudo, Bella. Ela também está na mira dos Volturi, vampiros seculares que mandam um grupo de emissários da Itália com o intuito de dar conta da heroína.
Enquanto isso, o garoto-lobisomem Jakob (Taylor Lautner), que havia caído no mundo por não ver sua paixão por Bella retribuída, retorna disposto a lutar por seu amor e proteger a moça, às vésperas de ela se casar com Edward e se transformar em vampira.
Menos romântico e bem mais assustador e complexo do que os dois episódios anteriores, Eclipse, se for fiel ao romance, tem tudo para agradar aos leitores da série, que acabam de ganhar de Stephenie Meyer mais um livro (leia quadro nesta página), derivativo do terceiro volume da saga.
Serviço: True Blood 3ª temporada. Estreia neste domingo, dia 27 de junho, na HBO, às 22 horas.





