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"Jesus -- a história do nascimento", filme de Hollywood que relata a história de Maria e José antes do nascimento de Jesus, fez sua estréia mundial neste domingo (26) na Cidade do Vaticano, recebendo elogios do homem que é conhecido como "vice-papa".

O público de 8.000 pessoas que assistiu à sessão de gala de estréia do filme no imenso salão Paulo VI do Vaticano irrompeu em aplausos cinco vezes durante o filme e novamente ao final dele. Foi a primeira vez que um longa-metragem fez sua estréia no Vaticano.

"Foi bem feito", disse o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano e segundo na hierarquia do Vaticano, ficando atrás apenas do papa Bento XVI.

"O filme reapresenta esse evento que transformou a história, com realismo mas também com um profundo senso de respeito pelo mistério do nascimento de Cristo", disse ele a jornalistas.

O filme traz a neozelandesa Keisha Castle-Hughes, de 16 anos, no papel da Virgem Maria. Atriz indicada ao Oscar e que ficou conhecida em "A Encantadora de Baleias", Castle-Hughes, que na vida real não é casada e está grávida, não assistiu à estréia do filme.

Representantes do Vaticano desmentiram versões segundo as quais o papa não teria assistido à estréia do filme em função da polêmica gerada pela gravidez da atriz. Eles disseram que ele não teve a intenção de comparecer porque tem 79 anos e está descansando em preparo para uma viagem complicada à Turquia, que começará na terça-feira.

"Acho que o Papa está muito ocupado", afirmou a diretora Catherine Hardwicke.

Produzido pela New Line Cinema e com estréia comercial mundial marcada para 1o de dezembro, o filme conta a história da árdua viagem de Maria e José de Nazaré até Belém, que termina com o nascimento de Jesus.

Maria e José são mostrados como judeus pobres e simples, e os povoados de Israel dos tempos bíblicos são reconstruídos com realismo.

Bertone disse que as poucas liberdades artísticas que o filme tomou com os relatos do Evangelho "não prejudicam a apresentação dessa história sagrada e única".

Ele elogiou o filme, dizendo que é um instrumento válido de educação religiosa "porque nos apresenta ao mistério da grande dádiva de Deus".

A simplicidade do filme, rodado no Marrocos e no sul da Itália, o diferencia muito das grandes produções bíblicas repletas de astros e estrelas feitas nos anos 1950 e 1960, como "O Rei dos Reis", "Os Dez Mandamentos" e "A Maior História de Todos os Tempos".

Depois de "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, de 2004, o filme também é o mais recente a marcar a tendência à volta dos filmes de temática religiosa, que décadas atrás eram presença constante entre as produções de Hollywood.

Os lucros da sessão de estréia no Vaticano serão investidos na construção de uma escola no povoado de Mughar, na Galiléia, para crianças drusas, cristãs e muçulmanas.

O vilarejo foi palco de conflitos sectários acirrados no passado. O projeto da construção da escola está sendo coordenado pela Cor Unum (Um Coração), uma divisão de ações beneficentes do Vaticano.

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