Para agitar a sala do teatro

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É a primeira vez que um show da banda Jota Quest (confira o serviço completo do show) é marcado para um teatro. E logo na turnê que comemora os 15 anos do grupo mineiro, em uma apresentação que promete não ignorar os grandes sucessos. Vai funcionar? "Estou contando que, lá pela terceira música, a galera já vá estar em pé", diz o vocalista Rogério Flausino, que sobe no palco do Teatro Positivo amanhã, a partir das 21h15, com os companheiros de banda PJ (baixo), Paulinho Fonseca (bateria), Márcio Buzelin (teclados) e Marco Túlio Lara (guitarra). "Acho que vai ser uma boa aventura", diz o músico.

A abertura do show fica por conta da banda Sabonetes, elogiada por Flausino como uma das representantes do bom momento da cena musical de Curitiba. A Banda Mais Bonita da Cidade, também curitibana, faz uma participação especial com os mineiros, que também dividem o palco com o cantor Ney Matogrosso nas músicas "A Balada do Louco", dos Mutantes, e "Pro Dia Nascer Feliz", de Cazuza.

Tudo terá cerca de duas horas e meia de duração. Estão garantidas no repertório músicas como "Encontrar Alguém", "As Dores do Mundo", "De Volta ao Planeta", "Sempre Assim", "Fácil", "Dias Melhores", "Na Moral", "Só Hoje", "Mais uma Vez", "Do Seu Lado", "Amor Maior" e "Além do Horizonte". A turnê está sendo registrada para ser lançada em CD, DVD e BlueRay em 2012.

"A ideia da turnê Jota 15 é rever a carreira, passando pelas capitais, e falar dos 15 anos, tocando músicas de todos os discos. Também estamos convidando artistas da cidade onde estamos nos apresentando para tocar conosco, e de fora também, para fazer um intercâmbio", explica Flausino. Já participaram da turnê artistas como Pitty, Seu Jorge, Otto, Erasmo Carlos, Sandrá de Sá, Pepeu Gomes e Humberto Gessinger. "Isso, para nós, está sendo muito bom. A ideia é flertar, misturar, ficar no camarim batendo papo", explica Flausino.

Mudanças

A vontade de chamar convidados para participar da turnê, de acordo com Flausino, tem a ver com as mudanças que a banda testemunhou em 15 anos de carreira. A intenção é acompanhá-las, e tocar com gente nova ajuda a gerar novas ideias. "Quando estávamos lançando o primeiro disco, a pirataria física é que era o grande medo. Parece muito tempo, mas não – é como se fosse ontem", explica o músico, que cita a internet, que gerou casos como o da Banda Mais Bonita, como uma mudança importante para uma banda da dimensão do Jota Quest. "Essa relação interpessoal entre os artistas e entre fãs e ídolos é muito louca. Minha vida mudou completamente", diz.

As mudanças nos formatos de comercialização da música também são citados por Flausino. "Tenho um grilo danado com a coisa do disco. Sou do tempo do vinil, que estava virando CD. Hoje em dia, estamos voltando para o single. Onde fica o conceito de um álbum, para onde isso vai? Isso me preocupa. Qual o comportamento que a gente tem que ter agora?", diz o músico.

"O negócio mudou e a gente precisa comer umas comidas diferentes, precisamos de coisas para refrigerar e gerar novidades. Estamos olhando para o que sempre gostamos, mas para coisas que nem sabemos o que é direito", diz. "Depois a gente vê o que aconteceu. Se ficar pensando demais, a gente pode se perder no meio dessa confusão. Vamos agir com naturalidade."