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Mais som e fúria: Felipe Hirsch e Guilherme Weber retornam ao universo musical pop | Divulgação
Mais som e fúria: Felipe Hirsch e Guilherme Weber retornam ao universo musical pop| Foto: Divulgação

A arte de dar o "play" no amor

O país recebeu a adaptação teatral A Vida É Cheia de Som e Fúria (2000) com o mesmo entusiasmo que o livro Alta Fidelidade, de Nick Hornby, ganhou o mundo (motivo que também o levou aos cinemas com o ator Jonh Cusack no papel principal). A música pop é a mediadora de uma revisão amorosa desencadeada pelo protagonista em crise. São falas carregadas com a energia de um show de rock. O ator Guilherme Weber assume o papel de Rob Flemming, DJ e dono de uma loja de discos, que conduz um charmoso diálogo entre música e memórias afetivas. Fácil identificação popular e canal ideal para Hirsch criar um elo pessoal e afetivo com cada espectador. Mais uma de suas especialidades. O trabalho rendeu um Prêmio Shell de melhor direção no ano seguinte e longas temporadas em diversas cidades brasileiras.

O sploiler é mais um problema dos tempos modernos, mas o seu princípio é bem conhecido. Não é de hoje que engraçadinhos insistem em "estragar" a surpresa de todos e contam o desfecho final de livros, filmes, seriados e histórias. Dicas comprometedoras circulam livremente pelas ondas virtuais, pregam peças em desavisados e saciam a angústia dos que não aguentam esperar. Se você faz parte do segundo time e não vê a hora de encontrar notícias sobre Trilhas Sonoras de Amor Perdidas, vai ter que esperar um pouco mais.

A tão esperada segunda parte da trilogia Som e Fúria tem pré-estreia nacional no próximo dia 2 de abril. É o retorno de Felipe Hirsch e Guilherme Weber ao universo que em 2000 marcou tanto a Sutil Companhia quanto o Festival de Curitiba. Na época, o lançamento de A Vida É Cheia de Som e Fúria injetou linguagem pop e moderna no teatro e se tornou um hit instantâneo entre um público diversificado. "Existe uma espécie de culto à peça em diversas partes do país. É muito louco isso", comenta Murilo Hauser, que participa como codiretor da montagem. Ele ainda revela que "ela será diferente, mais madura, mas com a mesma vibração emocional". "O Felipe tem mexido bastante no material nestes dez anos. Ele só precisava de um motivo para se aprofundar no projeto. O convite do festival veio bem a calhar."

Weber divide o palco com a atriz Natália Lage e levanta novas questões sentimentais a partir do simples ato de criar uma mixtape (fita cassete gravada em casa). São pedaços de histórias pessoais enfileirados no formato de uma lista de canções que servem como declarações de amor ou registro de memórias marcantes. O protagonista é uma espécie de caçador desse tipo de material. O processo de elaboração da montagem foi baseado em ideias lançadas por Thurston Moore, guitarrista da banda nova-iorquina Sonic Youth, no livro Mix Tape: The Art of Cassette Culture. Felipe Hirsch manteve contato com o músico para adaptar o seu espaço sensorial cênico a este formato musical que ultrapassa os limites da individualidade.

Não existe uma fórmula para a elaboração do roteiro e escolha das músicas. "Depois de uma bela garimpada, chegamos a uma lista com quatrocentas músicas que poderão ser utilizadas. Seguimos de forma instintiva a utilização de cada uma, de acordo com os passos dados no roteiro. Existe um universo que se estabelece e precisa ser respeitado. Queremos manter o impacto de A Vida É Cheia... mas em uma outra história", conclui Hauser.

Serviço:

Trilhas Sonoras de Amor Perdidas. Teatro Bom Jesus. Dias 2 e 3 de abril, às 21 horas.

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