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O diplomata Sérgio Vieira de Mello morreu em 19 de agosto num atentado terrorista | Stan Honda/AFP
O diplomata Sérgio Vieira de Mello morreu em 19 de agosto num atentado terrorista| Foto: Stan Honda/AFP

O discurso esperançoso de Robert Redford

Na abertura do Festival de Sundance, quinta feira passada, o ator e diretor Robert Redford, criador do festival. comentou a respeito da eleição de Barack Obama, que toma posse amanhã como presidente dos Estados Unidos. "Estou feliz e de acordo com tudo que aconteceu. Esse novo governo é importante, principalmente por causa da mudança que ele representa. Estou esperançoso que essa mudança traga maior apoio às artes e à classe artística. Quanto antes a turma que está lá for embora será melhor", declarou

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Park City (EUA) - Sergio, de Greg Barker, mostrado no último fim de semana na mostra competitiva norte-americana de documentários do Festival de Sundance, fala sobre a vida extraordinária e a trágica morte do brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Em 2003, ele foi indicado pelo então Secretário Geral Kofi Annan para ser representante especial e embaixador da ONU no Iraque, onde morreu em 19 de agosto daquele ano num atentado terrorista à sede da organização em Bagdá.

Baseado na biografia Chasing the Flame – Sergio Vieira de Mello and the Fight to Save the World , da jornalista Samantha Power, o documentário tem impressionantes imagens filmadas no dia da explosão, intercaladas a entrevistas com alguns amigos e colaboradores do diplomata brasileiro.

Na apresentação do filme, a própria organização do festival classifica Sérgio Vieira de Mello como "uma mistura de Bob Kennedy e James Bond". No debate com o público, após a primeira projeção do documentário, a maior parte das perguntas focou – como é exaustivamente mostrado no filme – na discussão de por que não havia infraestrutura adequada para enfrentar uma tragédia daquele porte, já que existia um risco real de ocorrer atentados

"Acho que as forças da coalizão em Bagdá realmente não estavam preparadas para aquele tipo de situação", disse Barker, acrescentando que, na medida em que precisou se aprofundar na questão para realizar o documentário, ficou mais convencido desse fato.

O diretor conversou com a Gazeta do Povo sobre os motivos que o levaram a realizar o filme e o que espera com sua exibição.

Gazeta do Povo – O que o motivou a fazer o documentário sobre Vieira de Mello?

Greg Barker – A principal inspiração foi o próprio Sérgio. Eu o vejo como um verdadeiro herói dos nossos tempos. Ele tinha uma bagagem e uma vivência de 30 anos sobre os complexos assuntos globais do mundo de hoje e uma habilidade única para dialogar com criminosos de guerra e proteger as vidas de pessoas comuns. Eu achei que essa história merecia ser contada.

Foi difícil conseguir os depoimentos dos amigos de Sérgio e de pessoas ligadas a ele?

Não houve dificuldade e sou muito grato por tantos amigos e colegas dele terem dividido essa história comigo. Acredito que o meu método de trabalho como documentarista contribuiu para isso. Eu sempre explico muito claramente o que será o filme. É importante ganhar a confiança dos entrevistados e eu assumo esse compromisso muito seriamente.

O filme pode contribuir para esclarecer alguns fatos sobre a tragédia e os riscos que a missão envolvia?

Acredito que sim. Nós passamos muito tempo investigando a explosão e também as razões pelas quais a ONU e sua missão no Iraque eram alvo de tanta hostilidade por parte de certos fundamentalistas islâmicos.

Havia muitas visões diferentes sobre a história?

Há sempre visões diferentes sobre qualquer pessoa ou acontecimento, especialmente alguém como Sérgio. Ele era um homem complicado, mas também rico em nuances, idealista e muito inspirador. Essas diferenças estão expressas no filme.

Qual sua maior expectativa com o filme?

Para mim, este filme é sobre a força de resistência do espírito humano. Minha maior expectativa é o sentido de esperança que a história de Sérgio deixa para todos nós, apesar do seu fim trágico.

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