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Abertura do desfile no Sambódromo, no domingo, com a Inocentes de Belfort Roxo | Sérgio Moraes/Reuters
Abertura do desfile no Sambódromo, no domingo, com a Inocentes de Belfort Roxo| Foto: Sérgio Moraes/Reuters

A réplica da bandeira olímpica foi parar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O maior símbolo dos Jogos Olímpicos abriu ontem o primeiro dia de desfile do Grupo Especial no Rio.

Neste ano, a prefeitura deverá concluir a construção do Pavilhão Olímpico, na Cidade Nova, onde o símbolo será exposto diariamente até 2016. O desfile das escolas foi iniciado em seguida pela Inocentes de Belford Roxo, que fez tributo à Coreia.

As expectativas do desfile carioca estavam voltadas pata a Vila Isabel. Duas vezes campeã do carnaval, a escola escolheu um enredo que provocou entusiasmo e repúdio. O tema da agricultura ganhou uma parceria inédita de Martinho da Vila e Arlindo Cruz. O patrocínio da empresa alemã Basf, fabricante de produtos químicos, no entanto, acabou com a alegria dos movimentos sociais.

A Vila Isabel se recusa a informar o custo do desfile e o valor do patrocínio. Representantes do MST e da Fundação Osvaldo Cruz mandaram carta exaltando a escolha, mas atacando a parceria, lembrando os males dos agrotóxicos.

As outras escolas da pri­­meira noite foram a Im­pe­ratriz Leopoldinense, com uma exaltação ao Pará. Vito­riosa pela última vez em 2001, a escola de Ramos tenta repetir o feito da Beija-Flor de Nilópolis, campeã em 1998 também com homenagem ao Pará.

Apesar do patrocínio da revista Caras, a presidente do Acadêmicos do Salgueiro, Regina Celi, a escola, segunda a desfilar ontem, não levou celebridades so sambódromo carioca. "Famosos são essas pessoas que defendem nossa escola. Esses, sim, são as celebridades", afirmou Celi. A agremiação conta com um dos maiores orçamentos do Grupo Especial (R$ 8 milhões) e contou a busca da humanidade pela fama ao longo dos séculos.

Ainda debaixo da polêmica dos patrocínios, a Mangueira recebeu R$ 3,6 milhões da prefeitura de Cuiabá, no Mato Grosso, tema de seu enredo.

Outro enredo sob medida para a polêmica é o da Beija-Flor, que falou da raça de cavalos mangalarga marchador. A escola de Nilópolis recebeu recursos da Associação Brasileira de Criadores do Ca­valo Mangalarga Mar­cha­dor, com sede em Belo Horizonte. Escola e associação alegam que o contrato não permite revelar o valor do patrocínio.

A Grande Rio cantou os royalties do petróleo na Sapu­caí. A escola nega ter escolhido o enredo por encomenda e argumenta que os royalties são uma bandeira do Rio e mereciam atenção.

A noite de segunda-feira no sambódromo será aberta, às 21 horas, pela São Clemente, que também garante não ter patrocínio da Rede Globo no enredo "Horário nobre", sobre as novelas da emissora.

Inovação

Depois de um astronauta voar pela Sapucaí e das alegorias ganharem vida com performances cada vez mais audaciosas, a nova fronteira de inovação no carnaval do Rio está no coração das escolas: a bateria. A Mangueira decidiu inovar ao desfilar com duas baterias, que se alternarão.

Desde 2010 presidida pelo músico Ivo Meirelles, a escola investe em inovações – e divide opiniões. No ano passado, uma paradona de três minutos e uma passagem aberta entre os músicos para um tripé causou reações de críticas e encanto. Para os críticos, algumas inovações são usadas para desviar a atenção de desfiles desacreditados, como na Mangueira.

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