
No programa 220 Volts, que estreia nova temporada neste mês no canal pago Multishow, o ator e humorista Paulo Gustavo chama a atenção pelos personagens que cria. Em um deles, a Senhora dos Absurdos, ninguém é poupado nas piadas, nada politicamente corretas. Porém, em seu novo espetáculo para o teatro, Hiperativo, que tem apresentação única neste sábado (6) no Guairão, o único "sacaneado" é ele mesmo (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).
A insegurança com a aparência, os perrengues que já teve de enfrentar na hora de falar inglês e o medo de avião são algumas situações da sua rotina que o humorista inseriu na peça. "No palco só falo de mim. Não gosto de falar mal das pessoas. O hiperativo sou eu me zoando o tempo todo, se eu falo de alguém, são de amigas, e faço isso com muito respeito", contou o ator em entrevista por telefone. Ele acredita que há, sim, limites para o humor. "Na piada, você pode fazer o que quiser. Mas, se for agredir alguém, ou brincar com um tema, tem de expor isso não só de forma engraçada, como absurda. O deboche tem de ser em cima do preconceituoso."
Depois do sucesso do espetáculo anterior, Minha Mãe É Uma Peça, Paulo Gustavo se sentiu cobrado, e entrou em "paranoia." "Pensei até em fazer peça cabeça, mas tenho horror a isso. E aí acabei inserindo isso nas piadas, contando de amigos que foram ver esse tipo de peça e detestaram." Outra situação inusitada recente que entrou para a montagem aconteceu com Gustavo na academia. "Uma menina veio conversar comigo e pediu se poderia me adicionar no Facebook. Eu respondi que sim, e ela: Seu nome está como Bruno Mazzeo mesmo?. Era algo que eu não poderia deixar passar batido."
Produção
Mesmo sendo extremamente agitado, Paulo Gustavo tem a sorte de ser observador, qualidade que ajuda muito na criação de seus personagens. "Eu tenho bilhões de defeitos, mas me orgulho desta qualidade. Posso ficar em um restaurante por horas pegando diferentes situações e jeitos de falar."



