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Teatro

Peça discute comunicação e arte

O diretor Murilo Hauser, que traduziu o texto de Will Eno | Lillah Halla/Divulgação
O diretor Murilo Hauser, que traduziu o texto de Will Eno (Foto: Lillah Halla/Divulgação)
Ah, A Humanidade! e Outras Exclamações é composta por 5 trechos |

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Ah, A Humanidade! e Outras Exclamações é composta por 5 trechos

Além de propiciar à plateia curitibana um enorme leque de opções de espetáculos, o Festival de Curitiba apresenta novos dramaturgos e suas visões da arte e do ser humano. É o caso de Ah, A Humanidade! e Outras Exclamações, texto do norte-americano Will Eno que o curitibano Murilo Hauser traduziu e dirige para a Pausa Cia., em cartaz nos dias 28 e 29 de março (Veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).

"Quando me falaram qual texto era, aceitei na hora. Me sinto muito próximo da linguagem e da maneira como ele trabalha", disse o diretor à Gazeta do Povo.

Hauser já trabalhou com três textos de Eno montados pela Sutil Companhia de Teatro, de Felipe Hirsch: Temporada de Gripe, Thom Pain/Lady Grey e no filme Insolação, cujo roteiro foi escrito em conjunto por Felipe, Daniela Thomas e Eno.

Ah, a Humanidade... é composta por cinco partes. Na primeira, "Porta-Voz", uma assessora de imprensa tenta conduzir uma entrevista coletiva de uma companhia aérea que acabou de se envolver em um acidente. "Ela tenta cumprir a tarefa da maneira mais imparcial possível, mas acaba colocando memórias dela no meio e se expondo", conta Hauser. A trama segue com situações em que pessoas tentam se comunicar, mas acabam tropeçando na própria linguagem e falham: todos os personagens tentam cumprir funções e acabam se perdendo na própria linguagem. "Esse é um tema muito importante para o Will – a impossibilidade da comunicação, a forma como a gente não consegue expressar toda nossa carga emocional só pela linguagem."

A segunda cena é "O Técnico, de Blazer, Insegurado" (assim mesmo, com o neologismo), em que um técnico esportivo precisa explicar as derrotas do ano de seu time. Em seguida, "Senhoras e Senhores da Chuva" fala sobre um homem e uma mulher que gravam vídeos para tentar a sorte numa agência de encontro – naturalmente, eles se esforçam para pintar o melhor retrato de si.

As duas últimas trazem uma reflexão sobre a arte. "A Composição Suprema" mostra um fotógrafo e sua assistente tentando reconstituir uma foto de guerra – quando confrontada com a lembrança de cada um deles, a imagem revela-se metade realidade, metade ficção.

Por fim, no trecho que dá título à peça, "Ah, a Humanidade!" apresenta um casal de atores sentado lado a lado em duas cadeiras, representando um carro em movimento. Quebra-se então a magia, e eles percebem que não podem ir a lugar algum porque aquelas são apenas cadeiras... "O teatro precisa muito da ilusão", lembra Hauser. Depois do festival, a peça cumpre temporada no teatro José Maria Santos, de 11 a 28 de abril.

Serviço: Ah, A Humanidade! E Outras Exclamações. Teatro Sesc da Esquina (R. Visc. do Rio Branco, 969), (41) 3304-2222. Dias 28 e 29 de março, às 21 horas. R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada).

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