
A Petrobras depositou ontem R$ 12 milhões em patrocínio para as escolas de samba do Rio. O valor é dividido igualmente entre as agremiações do grupo especial. Apenas a Mangueira ficou de fora por causa do atraso de prestações de contas de carnavais anteriores.
"É R$ 1,9 milhão para cada uma. Só a Mangueira não recebe", afirmou no início da tarde de ontem o presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba), Jorge Castanheira.
De acordo com ele, a Mangueira foi a única que não prestou contas dos gastos feitos com o dinheiro da estatal. Por isso, o patrocínio para 2013 não foi liberado. A liga afirma que o repasse atrasou porque foi preciso refazer o convênio com a Petrobras sem a agremiação.
Para evitar desvantagem e prejuízo na qualidade do espetáculo na avenida, o presidente da Liesa afirmou que doou do próprio caixa R$ 1 milhão para a Verde e Rosa. As outras agremiações atrasaram o pagamento de fornecedores.
"A Mangueira estava mais atrasada no projeto do barracão e, para não prejudicar o espetáculo como um todo, a liga decidiu fazer a doação há cerca de duas semanas. Nós fizemos os pagamentos à medida que foi sendo comprado o material para o barracão", explicou Castanheira.
Segundo ele, todas as escolas concordaram com a doação da verba. A reportagem tentou contato com a direção da Mangueira, mas não obteve sucesso.
Portela
Escola com o maior número de vitórias no grupo especial, a Portela tem situação econômica parecida com a da Mangueira.
Por causa de problemas na prestação de contas de patrocínios recebidos dos ministérios do Turismo e do Esporte, a escola foi incluída no Cepim (Cadastro de Entidades Privadas Sem Fins Lucrativo Impedidas), de acordo com informações da CGU (Controladoria Geral da União).
Isso significa que ela não pode, por exemplo, conseguir mais patrocínios federais ou se beneficiar da Lei Rouanet.
Segundo a CGU, há irregularidades na prestação de contas de R$ 525 mil recebidos do Ministério do Turismo para o Carnaval de 2006; e de R$ 1,8 milhão vindos do Ministério do Esporte, para o Carnaval 2007, quando a escola apresentou um enredo sobre os Jogos Pan-Americanos no Rio.




