
Por sorte, o personagem Jack Sparrow é o melhor da franquia Piratas do Caribe. Só assim a série, criada a partir de um brinquedo no parque temático da Disney, conseguiu chegar ao seu quarto episódio sem perder a graça. De fato, são os novos personagens, ao lado dos simpáticos diálogos do destemido pirata interpretado por Johnny Depp, que conseguem manter o nível da franquia e ainda divertir, em um roteiro que deixa de lado a propensão dos dois longas anteriores, e coloca de volta à tona os pontos positivos que fizeram do primeiro episódio da franquia um sucesso de bilheteria e crítica.
Dirigido por Rob Marshall, que assume o papel cumprido por Gore Verbinski nos três filmes anteriores, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas (confira trailer, fotos e horários das sessões; atenção à data de validade da programação em cinza) em nada depende da trilogia que o antecede. Trata-se de uma nova história, que deixa de lado os importantes personagens interpretados por Orlando Bloom e Keira Knightley, e insere um novo vilão e uma nova pirata. A segunda, interpretada por Penélope Cruz, supre a falta de personagens de peso nesta nova empreitada.
Desta vez, Jack Sparrow já acostumado a burlar as leis e fugir das autoridades , vai atrás de um suposto impostor que, munido de um navio, está à procura de pessoas para compor uma expedição rumo à Fonte da Juventude. Para sua surpresa, o impostor é, na verdade, uma impostora Angelica (Penélope Cruz), um antigo romance de Sparrow, que retorna com a vontade de se vingar do pirata que a traiu.
A dupla parte em uma jornada à bordo do navio Vingança da Rainha Ana, comandado pelo vilão Barba Negra. É neste trajeto que os piratas precisam enfrentar populações de zumbis, sereias e até os espanhóis para alcançar o seu destino. Nada muito diferente dos anteriores. No entanto, o roteiro se amarra com uma boa dose de comédia para não se perder em meio às suas próprias loucuras.
A trama se resolve rápido, e deixa pouco espaço para o mistério. Com final previsível, o que vale a pena neste episódio são os personagens, as ótimas e bem coreografadas cenas de ação, e os efeitos especiais. Jack Sparrow continua afinado, e garante boas sacadas ao longo da trama.
Não se trata do melhor da franquia (este título permanece com o primeiro filme), mas é, sem dúvida, uma boa tentativa dos estúdios Disney de não deixar a história dos Piratas do Caribe longe das telas do cinema e arrecadar boas quantias na bilheteria. Afinal, os três primeiros longas compilam uma arrecadação impressionante de US$ 2,7 bilhões. Um bom motivo para o estúdio embarcar nesta história mais uma vez.



