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A baiana Pitty levou dois prêmios e o posto de vocalista da banda dos sonhos do Video Music Brasil 2006, realizado na noite desta quinta-feira no Credicard Hall, em São Paulo.

- É muito surpeendente isso cara. Quando comecei tinha um certo medo da palavra 'fã', mas depois comecei a entender melhor e hoje respeito. Quero agradecer às pessoas de todos os lugares que votaram - disse Pitty, que vestia um modelito mais feminino e dispensou as botas, sua marca registrada. Quando subiu para a banda dos sonhos, ela mandou um "isso é a maior roubada" e, na segunda premiação, deu um pulo, fechou as pernas em torno do baixista Joe e foi de carona para o palco.

Apresentado pelo trio Marcos Mion, Cazé e Daniela Cicarelli, a cerimônia durou quase três horas com altos e baixos, principalmente pela falta de graça das piadas e doa esquetes dos apresentadores, que incluiu um beijo de Mion em Cazé num momento gay da festa.

Cicarelli trouxe para o palco seu programa de beijar sapos, fez o cantor Felipe Dylon dar um beijo numa fã do auditório e comandou um beijo coletivo com pretensão de entrar para o livro de recordes, incluindo um apaixonado beijo entre dois rapazes mostrado em close.

A expectativa sobre comentários e piadas em torno do caso Cicarelli se limitaram a uma brincadeira no começo, quando Marcos Mion insistiu com ela que precisava falar no assunto que o país todo estava comentando. "Você acha que esse assunto é mais importante que o VMB e as eleições?", indagou ela, que prometeu falar, mas aproveitou uma deixa de Mion, sobre falar logo para que todos possam voltar a viver em paz, para dar um puxão de orelhas generalizado: "Vocês vão tomar conta de suas próprias vidas e vão deixar eu viver a minha em paz? Muito obrigada!", disse ela.

Pitty ganhou como melhor clipe do ano por "Memórias" e de rock por "Deja vu". Além disso, na votação da banda dos sonhos pela audiência, ela foi escolhida como vocalista, ao lado de Champignon (baixo do grupo Revolucionários), Japinha (bateria do CPM 22) e Fabricio (guitarra do Hateen). Depois de um intervalo comercial, eles atacaram de improviso "Smells like teen spirit", com Pitty pedindo ajuda da platéia para lembrar a letra.

Algumas misturas musicais funcionaram muito bem, a começar por Pitty e a Nação Zumbi atacando de "Deus lhe pague", de Chico Buarque, com muito peso. Igualmente pesado foi ''Helter Skelter'' (Beatles) com Skank e Cachorro Grande e "Inevitável'' e ''Além de mim'', com CPM 22 e NXZero. Caetano recebeu mais entusiasmo da galera da frente (fãs sorteados) do que seria de esperar, com ''Rocks'', do recente CD "cê", uma incursão pelo rock.

A banda americana Living Things, a convidada gringa, entrou queimando um retrato do presidente George Bush mas apresentou uma música, ''Bom bom bom'', que não impressionou, apesar do esforço do vocalista, com um visual bem anos 70, parecia até o Ian Gillan do Deep Purple. Algumnas duplas que apresentaram shows e prêmios mereceram destaque: Lobão com Penelope Nova de Chapeuzinho Vermelho estavam hilários, com ela perguntando porque uma boca tão grande e ele sugerindo que o Lobo deveria ter feito sexo anal com os três porquinhos e com a vovozinha. Nos bastidores, quando um repórter perguntou se ele sentiu vontade de comer a Chapeuzinho, o Grande Lobo ficou sem ação, depois elogiou a VJ e lembrou que ela é filha de Marcelo Nova, o eterno Camisa de Vênus. Saiu pela tangente.

A Turma do Pânico, Silvio Santos, o Repórter Vesgo e Sabrina Sato fizeram a festa, dizendo que eram convidados pela primeira vez, estavam muito agradecidos à MTV, mas nem por siso deixaram de dizer que o João Gordo parecia um elefante tatuado e que só não iam falar da Cicarelli porque ela soltou uma grana. Tom Cavalcanti imitando Roberto Justus ao lado de Cláudia Leite, o tatibitati de Bruna Surfistinha ao lado de Fernando Vanucci e John e Fernanda Takai, do Pato Fu, disfarçados de John Lennon e Yoko Ono foram outros destaques.

O prêmio para bandas independentes foi vencido pelo Hateen por "Quem já perdeu um sonho aqui", com uma letra que refletia o oposto do que estavam sentindo: "Parece que vai ser sempre assim/ Nada dá certo para mim". Uma nova e inovadora categoria permitiu que os telespectadores pegassem clipes de bandas e os refizessem de maneira livre e o vencedor foi um carinha do Sul chamado Marcelo Veron por refazer o clipe do Hateen (deu certo para ele também).

A proximidade das eleições foi bem lembrada. Cazé fez um discurso inflamado chamando os políticos corruptos de ''porcos imundos'' que iam ''tomar na urna" Um número musical reuniu uma caricatura de político com uma mala enorme de onde saíram marginais armados. O encerramento, enquanto rolavam os créditos, foi um vídeo gravado do ator Selton Mello, que apresentou os dois prêmios anteriores, representando um texto em lágrimas por ter sido despedido e trocado pelo trio. Realmente foi uma injustiça, se fosse ele e Cicarelli, o nível da premiação seria outro. Os grandes micos da noite foram Mion e Cazé.

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