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Música

Pose de rockstar e potencial de Elis Regina

Fama do cantor gaúcho Filipe Catto é uma questão de tempo | Divulgação
Fama do cantor gaúcho Filipe Catto é uma questão de tempo (Foto: Divulgação)

Quando Filipe Catto entra no palco, com uma casaca militar de ombreiras com brilho sobreposta a uma camiseta do Led Zeppelin, logo se pensa: é rock. Mas ele começa a cantar, e quando o arranjo de músicas como "Johnny, Jack & Jameson" ganha mais corpo, dá para ter certeza de que se trata de um blues bem feito. Aí vem a música seguinte, que pode ser "Crime Passional" ou "Roupa do Corpo", ambas sambas de qualidade. E, lá pelas tantas, o cantor mostra seu belo agudo em músicas como "Gardênia Branca" e "Dia Perfeito", que desfilam no palco como boleros de bom gosto. Todas são composições dele.

VÍDEO: Assista a Filipe Catto falando da música "Adoração" e cantando a composição

Tal impossibilidade de definição de estilo musical não preocupa nem um pouco o artista gaúcho de Porto Alegre, que está mais interessado em fazer bem, seja lá o que for. "Não estou nem um pouco preocupado com o estilo da minha música. O que eu quero é trazer uma certa identidade para a obra e, principalmente por ser meu primeiro disco, não quero ficar restrito a um gênero. Quero ver a arte da forma mais ampla possível. Ninguém precisa se limitar a nada. O rótulo não cabe a mim, nem a ninguém", disse o cantor e compositor em entrevista concedida após uma animada apresentação no espaço Oi Futuro Ipanema, no Rio de Janeiro.

O passeio por tantos estilos musicais repete-se quando se tenta comparar a excepcional qualidade vocal de Filipe com tantos outros gênios da música brasileira. A postura de palco tem um "quê" de Cazuza e Cássia Eller. Mas as músicas mais lentas e intimistas, em que a potência da voz quase feminina do rapaz é escancarada, mostram uma lembrança de Elis Regina no transbordar da emoção, ou algo meio Ney Matogrosso devido à performance hipnótica.

Mas se Filipe não gosta de rótulos, no campo das referências ele não vê nenhum problema com as comparações. O cantor faz questão de afirmar que a semelhança com o estilo e voz de alguns cantores não é mera coincidência. "Aprendi a cantar ouvindo a Elis, tem uma coisa de escola mesmo com ela. E ainda hoje, quando eu escuto os discos dela, eu acho que a voz, os arranjos, a afinação, são mais contemporâneos do que tudo que existe hoje, do que tudo que já ouvi. Também amo e me inspiro em Cássia Eller, Milton Nascimento, Zé Ramalho, Joe Cocker... ", revela.

Sucesso

A fama do rapaz entre o grande público é questão de tempo. Conclusão fácil quando se tem acesso à qualidade musical do trabalho de Filipe e se vê a resposta do público diante de sua arte. Durante o show na capital carioca, no último fim de semana de julho, a plateia vibrava a cada canção e fazia coro cantando todas as composições do gaúcho que atualmente mora em São Paulo.

Lá se foram quase duas horas de show, e até quem nunca tinha ouvido uma música sequer do compositor não desgrudava os olhos do palco. Ou melhor, até quem achava não conhecer nada de Filipe, afinal, a canção "Saga" fez parte da trilha sonora da novela Cordel Encantado e, segundo o artista, ajudou bastante a alavancar sua carreira.

Outra aparição mais pop de Filipe foi no programa Som Brasil (Rede Globo) que homenageou os 40 anos do Clube da Esquina. "Foi maravilhoso cantar ao lado do Milton Nascimento", emociona-se.

Em Curitiba, o cantor participou, na última quinta-feira, do show tributo Elis por Eles no Teatro Positivo e promete que volta à capital paranense em setembro, mas ainda não tem data definida para a apresentação.

A jornalista viajou a convite da Oi Futuro.

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