• Carregando...
O cozinheiro Raimundo Nonato em uma das cozinhas do filme "Estômago" | Fotos: Divulgação
O cozinheiro Raimundo Nonato em uma das cozinhas do filme "Estômago"| Foto: Fotos: Divulgação

"A premiação foi significativa. Mudou o nosso estado na produção nacional de cinema", comentou alegremente o diretor curitibano Marcos Jorge, em entrevista por telefone, na manhã desta sexta-feira (5), quando chegava à capital paranaense, vindo do Rio de Janeiro, onde seu filme "Estômago", recebeu quatro, dos seis prêmios concedidos pelo Festival do Rio, encerrado na noite de quinta-feira (4). "Foi uma consagração de fato para o filme e para a gente (equipe). A premiação foi além das nossas expectativas", afirmou. Este foi o primeiro prêmio que Marcos Jorge recebeu pela direção de um longa-metragem, que, inclusive marca sua estréia nesta categoria. Ele já recebeu mais de 40 prêmios, pela produção de filmes de curta-metragem.

O filme, com 1h52 de duração, foi produzido entre outubro e novembro de 2006, com recursos do edital do Ministério da Cultura (MinC) para produções de baixo orçamento, e teve cenas gravadas em São Paulo e em Curitiba, em locais como o Bar Palácio, o Jokers, o Bar do Catarina, a Penitenciária do Ahú e ruas da capital. A história é sobre um imigrante que chega na cidade grande e graças ao seu trabalho como cozinheiro, consegue se estabelecer, passando por diferentes tipos de cozinha. "É uma comédia ‘noir’. Um filme ligeiro com humor negro", explicou Claudia da Natividade, produtora, esposa de Marcos Jorge, e uma das autoras do roteiro de "Estômago", ao lado de Lusa Silvestre, Fabrizio Donvito e do próprio Marcos Jorge, que escreveram o roteiro a partir de uma idéia original.O filme recebeu os prêmios de melhor ator, para João Miguel (Foto ao lado, de "Cinemas, Aspirinas e Urubus"), que interpreta Raimundo Nonato, o cozinheiro de "Estômago"; prêmio de melhor longa de ficção do júri popular; melhor direção para Marcos Jorge, e menção especial para o ator coadjuvante Babu Santana. "O Festival do Rio marcou nossa primeira exibição para o público e percebemos que o filme funciona muito bem. Agrada várias platéias, de classes sociais diferentes e mesmo de outros países", comentou Claudia, lembrando que havia muitos estrangeiros participando do Festival do Rio.

Graças a um contrato de co-produção com a italiana Indiana Production Company, a finalização da fita aconteceu em Milão e Roma, na Itália, no último mês de julho, a tempo de participar do Festival do Rio. Ainda este ano "Estomâgo" participa do Festival de São Paulo, e o lançamento nos cinemas está previsto para março de 2008. "O processo de lançamento é independente da premiação. Fazer cinema demanda muitas parcerias e já fechamos as datas para o lançamento", salientou Claudia. O "Titã" Paulo Miklos também participa do longa, ao lado de atores conhecidos dos curitibanos como Zeca Cenovicz, Marco Zenni e Fabíula Nascimento.

Como o filme foi finalizado recentemente, para participar do festival, ainda não tem trailer disponível, o que estará sendo providenciado a partir de agora, conforme comentou o diretor. No site Youtube é possível ver alguns ensaios, durante a produção, mas conforme Marcos Jorge, "são coisas muito antigas".

O diretorNatural de Curitiba, Marcos Jorge, 43 anos, estudou jornalismo no Brasil e cinema na Itália. Dirigiu um dos mais premiados curtas-metragens do país, "O Encontro" (2002) e "Infinitamente Maio". Os seus filmes e vídeos venceram mais de 50 prêmios em diversos festivais e suas videoinstalações foram expostas na França, Itália, Holanda e Japão. É diretor do documentário "O Ateliê de Luzia" (2004), e autor do livro "Brasil Rupestre", ambos sobre arte rupestre no Brasil.

Entre os próximos projetos de Marcos Jorge, junto com a sua produtora, a Zencrane, está o longa "Corpos Celestes", já realizado em parceira com outro diretor curitibano, Fernando Severo.

Confira a programação dos cinemas no Guias e Roteiros

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]