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Gralha Azul

Prêmio para o “teatro pop” da Vigor Mortis

Mal deu tempo de comemorar. Dois dias depois de abocanhar cinco troféus na 27.ª edição do Gralha Azul, no sábado passado, a companhia Vigor Mortis já está no Rio de Janeiro, onde inicia temporada carioca do espetáculo Graphic no Centro Cultural Banco do Brasil no dia 12 de abril.

A montagem rendeu à companhia do diretor e dramaturgo Paulo Biscaia Filho os prêmios de melhor espetáculo, direção e texto original, além de ter sido contemplada com o Troféu Epidauro, concedido pelo Consulado da Grécia.

Outro integrante da companhia, o ator leandrodanielcolombo (assim mesmo, tudo junto e com minúsculas), recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante por sua participação em Pincéis e Facas, também dirigido por Biscaia.

Em 2004, a companhia já havia recebido cinco Gralhas: melhor espetáculo, diretor, ator, texto e sonoplastia pela peça Morge Story - Sangue, Baiacu e Quadrinhos.

Mas por que premiar um diretor que costuma dizer, sem nenhum pudor, que não gosta de teatro e é autor de peças que abusam de referências de outras áreas artísticas como cinema e quadrinhos?

O sucesso, talvez, se deva à forma despretensiosa com que Biscaia cria suas peças. Para ele, o teatro que faz não traz grandes novidades – como nada na arte atual, "desde Marcel Duchamp", deixa claro, mas se inspira em seu próprio prazer como espectador. "Sempre digo aos meus alunos (ele é professor na Faculdade de Artes do Paraná – FAP) que mais importante do que fazer um espetáculo que você quer 'fazer', é fazer um espetáculo que você quer 'ver'. Adoro ver as peças que faço", diz.

E, se o público e a crítica também gostarem, como aconteceu, tanto melhor. "E aí também aproveito para revelar nos espetáculos minhas insatisfações e resgatar o que não vejo no teatro local", completa.

Graphic pôde ser vista pelo público do Festival de Teatro de Curitiba em uma mostra de peças finalistas do Prêmio Gralha Azul que concorreram na categoria de melhor espetáculo (que também incluiu A Queda e Werther) e melhor espetáculo para crianças (Tuíke, vencedor do prêmio, O Trenzinho do Caipira e Os Saltimbancos). O diretor também aproveitou o Fringe para estrear o monólogo Garotas Vampiras Nunca Bebem Vinho, protagonizado por Mariana Zanette.

Ao receber o prêmio, avisou ao microfone: "Agora é hora do rock! Aguardem que estamos preparando muitas coisas para este ano". E qual é a primeira novidade?

A peça Hitchcock Blonde, adaptação do texto do inglês Terry Johnson, que pretende explorar com humor pop típico da companhia a obsessão de Hitchcock por atrizes loiras, aproveitando-se inclusive do suspense característico dos filmes do cineasta.

"O texto é genial e a cara da Vigor Mortis. Já compramos os direitos de uso, agora só precisamos de um patrocinador", diz o diretor. Ele espera que o prestígio trazido pela premiação ajude a companhia a obter o apoio necessário para encenar o espetáculo, que já tem projeto aprovado pela Lei Rouanet.

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