• Carregando...
“Receber um prêmio como esse indica que outras pessoas podem apreciar o livro, que o esforço para escrevê-lo valeu a pena.”. Alexandre Vidal Porto, vencedor da categoria Romance | Fotos: Divulgação
“Receber um prêmio como esse indica que outras pessoas podem apreciar o livro, que o esforço para escrevê-lo valeu a pena.”. Alexandre Vidal Porto, vencedor da categoria Romance| Foto: Fotos: Divulgação

Premiados

Confira os vencedores do Prêmio Paraná de Literatura 2012:

Melhor Livro de Contos – Prêmio Newton Sampaio

Papis et Circensis, de José Roberto Torero

Melhor Livro de Poesia – Prêmio Helena Kolody

As Maçãs de Ontem, de Lila Maia

Melhor Romance do Ano – Prêmio Manoel Carlos Karam

Sérgio Y Vai à América, de Alexandre Vidal Porto

  • Alexandre Vidal Porto, José Roberto Torero e Lila Maia: escolhidos entre 878 inscritos

A Biblioteca Pública do Paraná (BPP) divulgou ontem, com exclusividade para a Gazeta do Povo, a lista de vencedores do Prêmio Paraná de Literatura 2012. Esta é a primeira edição do concurso promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Seec), que selecionou obras inéditas de autores de todo o país – ao todo, foram 878 inscritos. Os prêmios se dividem em três categorias cujos nomes homenageiam figuras importantes da literatura paranaense.

O júri escolheu Sergio Y Vai à América, do escritor paulista Alexandre Vidal Porto como melhor romance do ano (Prêmio Manoel Carlos Karam). Na categoria Contos (Prêmio Newton Sampaio), venceu o jornalista e escritor José Roberto Torero com o livro Papis et Circensis. A terceira premiada foi a carioca Lila Maia, contemplada pelo livro As Maçãs de Antes, na categoria Poesia (Prêmio Helena Kolody). Cada autor receberá R$ 40 mil e terá sua obra publicada pela BPP com tiragem de mil exemplares.

A entrega oficial dos prêmios e o lançamento dos livros acontecem no dia 11 de dezembro, na biblioteca. Presidente da comissão julgadora e diretor da BPP, Rogério Pereira avalia que a primeira edição do prêmio "teve ótima repercussão no país, com quase 900 obras inscritas". "A intenção de recolocar o Paraná no mapa dos grandes prêmios literários foi cumprida de maneira exemplar", afirma.

Segundo Pereira, o concurso deve se fortalecer na próxima edição. "Temos recursos garantidos [aproximadamente R$ 200 mil é o custo total do prêmio]. Vamos manter as categorias, mas estudamos alguns ajustes no regulamento", disse.

No escuro

Os concorrentes foram avaliados sem que suas obras fossem identificadas pelo nome por um júri composto por nove membros, três para cada categoria. Para a escolha do melhor romance os jurados foram o escritor carioca radicado em Curitiba José Castello e o autor mineiro Luiz Ruffato, além do crítico literário e professor João Cezar de Castro Rocha. Já a premiação para os contos foi decidida pelo tradutor e professor curitibano Caetano Galindo, e pelos escritores Rodrigo Lacerda e Marçal Aquino. Por fim, na categoria poesia, os textos foram avaliados pelo poeta carioca Antônio Carlos Secchin, o romancista e poeta paranaense Miguel Sanches Neto e a ensaísta e crítica literária Heloísa Buarque de Hollanda.

"Vencer é como chegar no céu sem sapatos", diz premiada

Os três autores premiados pelo Prêmio Paraná de Literatura 2012 têm trajetórias bem diferentes. Vencedor com seu livro de contos Papis et Circensis, o escritor e jornalista José Roberto Torero é o mais conhecido do trio.

Em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo, Torero disse que a alegria pelo prêmio é maior por conta do regulamento, pois ele foi "dado ao livro, não ao autor". "Nos prêmios em que se sabe quem escreveu a obra, o autor pode afetar o julgamento do jurado, seja para o bem ou para o mal."

O nome do livro, explica Torero, "é uma corruptela da frase panis et circenses, geralmente traduzida como ‘pão e circo’. Ou seja, a tradução do título é algo como "papas e circo".

"O livro é formado por 60 contos e minicontos, cada um narrando a história de um papa. O formato varia bastante. Pode ser um decreto, um roteiro, a cena de uma peça de teatro, um haicai, um discurso, mas o formato mais comum é o diálogo", explica.

Ele fala sobre a inspiração "pouco divina" que o levou a escrever sobre o tema. "Comprei uma caderneta que tinha uma cruz na capa e pensei em escrever um livro à mão. Achei que seria sobre religião e fiz o primeiro conto do livro, sobre Pedro, o primeiro papa", conta. A partir daí, a obra deslanchou com um conto para cada papa. "Pode-se dizer que é um livro que realmente começou pela capa", brinca.

Vencedora na categoria Poesia, a carioca Lila Maia, publicou seu mais recente livro em 2004. Para ela, "vencer um prêmio importante como esse, é chegar no céu sem sapatos". Ela destaca que o prêmio é importante para os poetas pois, a maioria dos concursos literários são voltados para os gêneros conto e romance.

Diplomata

Já o vencedor na categoria Romance, Alexandre Vidal Porto, é diplomata de carreira, atualmente lotado na embaixada brasileira em Tóquio. Este é o segundo romance escrito por Porto: em 2005, Matias na Cidade, foi publicado pela editora Record. Em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo, ele explica que seu romance recém-premiado, Sergio Y Vai à América, conta a saga de um garoto de 17 anos que viaja de São Paulo a Nova York em busca da felicidade. "É uma história sobre o descobrimento das limitações e das possibilidades. A ideia é que se deve rejeitar a infelicidade, porque às vezes é possível revertê-la", disse. Para o escritor, submeter um romance inédito a um júri de premiação "é como saltar de um trampolim sem saber se tem água na piscina". "Receber um prêmio como esse indica que outras pessoas podem apreciar o livro, que o esforço para escrevê-lo valeu a pena."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]