
Primeira da fila para o show extra de Madonna no Rio, a estudante Fabiana Araújo, de 24 anos, chegou ao Maracanã, na Zona Norte do Rio, na última terça-feira (9), quatro dias antes de as vendas começarem, com um só objetivo: ingresso VIP. "Fiquei 20 horas na fila para o primeiro show, era o número 69 e só consegui comprar pista normal. Agora, vim formar a fila. Mas ainda tenho medo de não conseguir", admite ela. Vendas em horários diferentes
O que Fabiana e os outros cerca de 30 fãs que estão acampados temem é que, quando a bilheteria oficial abrir a única a não cobrar taxa de conveniência -, às 12h de sábado (13), as vendas por telefone, que começam a 0h, e dos outros pontos de venda, às 6h e às 9h do mesmo dia, já tenham esgotado as entradas.
"Vai ser uma injustiça se justo a bilheteria oficial não tiver o VIP para beneficiar quem pode pagar a taxa de 20%", reclama o companheiro de fila Bruno Martins, de 30 anos. A indignação não é à toa. Setor mais caro, o VIP custa a bagatela de R$ 600 e, nesse caso, a taxa sai a R$ 120 por ingresso. Segundo a Tickets For Fun, responsável pelos ingressos, todos os pontos de venda terão todos os setores disponíveis quando começarem a vender as entradas, mesmo com horários de abertura diferentes.
Demissão para encarar fila
Anderson Assurei, de 28 anos, não conseguiu o ingresso na primeira leva de shows. "Pedi as contas para poder ficar aqui e ir ao show", conta o confeiteiro de Mesquita, na Baixada Fluminense.
Sérgio Hantur, de 32 anos, pegou o primeiro avião de Florianópolis para o Rio. Antes, comprou uma barraca de camping para encarar a maratona. "Nunca tinha vindo ao Rio, mas turismo mesmo, só quando vier para o show", diz. Viagem com a roupa do corpo
Depois de muitas lágrimas por ter perdido, em vão, três dias na internet em busca de um ingresso, o cabeleireiro Josan Soares veio de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para o Rio com a roupa do corpo assim que soube do show extra. "Deixei o carro na rodoviária e volto lá para tomar banho", conta o segundo da fila.
Com os companheiros de resistência já conseguiu com colchonete, barraca, comida e até TV. "Virou um Big Brother: a gente chega sem se conhecer e já somos amigos de infância", diz o comerciante Adílio Salucci, de 22 anos.



