
Os principais shows da Virada Cultural em Maringá vão custar R$ 67 mil aos cofres públicos. É o que aponta o balanço divulgado pelas secretarias de Cultura do Paraná e do Município, organizadores do festival, que terá edições simultâneas em 12 cidades do estado no fim de semana.
Em Maringá, o show mais caro é o dos paulistas do Teatro Mágico, grupo performático, conhecido por reunir elementos de circo, teatro, poesia e do cancioneiro popular nas apresentações. O cachê de R$ 50 mil será bancado pela Secretaria de Estado da Cultura (Seec). A última passagem da banda por Maringá foi em abril.
O governo estadual também cobrirá a apresentação do bluesman curitibano Tony Caster (no valor de R$ 7,5 mil); e da banda Trombone de Frutas (R$ 4,5 mil), também de Curitiba. Os valores foram publicados no Diário Oficial do Estado.
As demais apresentações do Palco Conexões serão pagas pela Prefeitura de Maringá. Segundo o secretário municipal de Cultura, Jovi Barboza, serão pagos cerca de R$ 5 mil aos londrinenses do Terra Celta. Já a Banda Remember fará uma espécie de permuta.
"Fizemos uma parceria. Cedemos o teatro [Calil Haddad] para ensaios e apresentação em troca de um show de 1 hora [na Virada Cultural]. É lógico que há um custo nisso, mas não há como precisar. Parcerias como essa são muito comuns em Maringá", explicou o secretário.
Para as demais atrações do festival (incluindo a Semana de Arte-educação), Barboza afirmou que a maior parte também ocorrerá por parcerias. "Para muitos grupos não estamos pagando nenhum centavo. Temos alguns custos como as apresentações do Cia Fantokids [teatro de bonecos] e com o Grupo Meu Clow [performance de palhaços] , mas não são elevados", informou.
Sobre os R$ 50 mil que serão pagos para o show do Teatro Mágico pelo estado, Barboza disse que possivelmente contrataria outra atração, caso a Prefeitura fosse investir o valor. "Teríamos feito outra contratação em consonância com a cidade, mas a apresentação vai ser boa, pois vai sair um pouco da mesmice."
Zélia Duncan tem o cachê mais caro da Virada Cultural no Paraná
A divulgação dos valores pagos como cachê às principais atrações da Virada Cultural mostra que existem mundos diferentes no mercado musical do país. Alguns artistas considerados "de ponta" são mais valorizados e outros espetáculos recebem bem menos. Os montantes pagos mostram que há um amplo intervalo financeiro entre as duas pontas.
Para uma apresentação em São José dos Pinhais, a cantora carioca Zélia Duncan vai receber R$ 107 mil, o cachê mais alto (entre os já divulgados) da Virada Cultural. Já a banda de rock curitibana Uh La La!, que toca nos mesmos dia e palco, vai receber um cachê de R$ 2,7 mil.
A apresentação da estrela tecnobrega Gaby Amarantos "vale" R$ 70 mil; o grupo de samba carioca Fundo de Quintal vai receber R$ 69 mil para shows em Curitiba, no palco da Boca Maldita, nos dias 9 e 10 de novembro. O Violeiro Almir Sater recebe R$ 50 mil para tocar em Cornélio Procópio. Entre os artistas locais, o maior cachê será pago à Banda Mais Bonita da Cidade: R$ 25 mil por uma apresentação em Guarapuava.
Segundo a coordenadora da Virada Cultural Paraná, Luci Daros, as despesas de transporte, hospedagem, diária e alimentação estão incluídas nos cachês, que estariam dentro dos valores de mercado para espetáculos.
"Entramos em contato com aproximadamente cem artistas. A partir do valor proposto pelos mesmos, realizamos as negociações para chegarmos a um bom termo tanto para a Secretaria quanto para o artista", explicou Luci.
A lei 8.666/1993, que regula as licitações feitas pelo poder público, permite que artistas sejam contratados com dispensa da formalidade legal, desde que o profissional de qualquer setor artístico seja "consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública".



