Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Música

Projeto dá voz curitibana para versão metal das Quatro Estações, de Vivaldi

Roni Sauaf, da banda Kattah, vai compor uma superbanda recrutada com objetivo de gravar uma versão heavy metal para o clássico barroco

Roni Sauaf, vocalista da banda Kattah, será uma das vozes usadas no arranjo que vai transpor algumas das melodias da obra do italiano Antonio Vivaldi (1678-1741) | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Roni Sauaf, vocalista da banda Kattah, será uma das vozes usadas no arranjo que vai transpor algumas das melodias da obra do italiano Antonio Vivaldi (1678-1741) (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Um cantor curitibano foi convocado para um projeto da categoria "superbanda" que promete extasiar o mundo do heavy metal melódico em 2015. Roni Sauaf, vocalista da banda Kattah, vai compor uma pequena orquestra de metaleiros virtuosos recrutados de bandas como Symphony X e Helloween para gravar As Quatro Estações, de Antonio Vivaldi (1678-1741).

A produção será feita na Itália, terra natal do compositor barroco e também dos realizadores do projeto, batizado de Vivaldi Metal Project.

São eles o baixista Alberto Rigoni e o Maestro Mistheria, tecladista preferido de Roy Z – produtor de artistas como Bruce Dickinson (vocalista do Iron Maiden), Sepultura, Judas Priest e, recentemente, do último álbum da banda curitibana Kattah, Lapis Lazuli (produção que o aproximou de Sauaf).

Livremente baseada nas partituras de Vivaldi, a versão, idealizada e concebida por Mistheria em parceria com ao menos cinco arranjadores, será conduzida pelos instrumentos e pela sonoridade característica do metal – baixo elétrico, bateria, sintetizadores, guitarras, provavelmente um bocado de distorção, e vozes assumindo algumas das melodias originalmente escritas para violino.

Roni Sauf será uma delas ao lado de vocalistas como o americano Mark Boals, que canta com o idolatrado guitarrista Yngwie Malmsteen.

Outros nomes de grupos conhecidos no meio são o do baixista Mike Lepond e o do baterista Dani Loeble (das já citadas Symphony X e Helloween, respectivamente).

"Nunca fui de ouvir música clássica. Mas quando comecei a estudar para cantar no Kattah, passei a observar as melodias, harmonias e técnicas vocais como o vibrato na música clássica", conta Sauaf. "Além disso, ouço muitas bandas que unem música clássica ao metal, como o próprio Helloween, que solta trechos de peças clássicas nos shows antes de entrar com riffs pesados. É uma sensação peculiar", descreve.

A ideia de Mistheria pode causar algum medo, mas faz sentido sob um olhar mais generoso dos amantes mais tradicionalistas da obra de Vivaldi. O metal, em vertentes como a "melódica", a "sinfônica", a "neoclássica" e afins, é um dos gêneros do rock genuinamente fascinados pelo mundo clássico. Ele se inspira em sua excelência técnica e em seus elementos musicais mais rebuscados, triunfais, dramáticos e grandiosos. E também, talvez, em uma certa empolação que habita o imaginário sobre a música erudita.

"É algo que provavelmente vai receber algumas críticas da comunidade clássica. É difícil manipular uma obra-prima tão conhecida", reconhece Mistheria, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. O músico, no entanto, defende a legitimidade de sua releitura, a compatibilidade da estética musical barroca com o heavy metal. "A combinação com o estilo de compositores como Bach sempre foi minha abordagem do metal", diz Mistheria. "Acredito que o senhor Vivaldi apertaria minha mão."

Os produtores do Vivaldi Metal Project devem lançar em breve uma campanha de financiamento colaborativo para executar o projeto. Por enquanto, doações estão sendo feitas por meio do site do projeto, vivaldimetalproject.com.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.