
Uma novidade sonora deve provocar burburinho na cena cultural curitibana: a banda Dasvelas vai, finalmente, mostrar o seu repertório, durante 40 minutos, na manhã do próximo domingo, no pátio do Conservatório de MPB.
A expectativa a respeito desse projeto musical está no ar desde março do ano passado, quando foi anunciado o fim das atividades da banda Terminal Guadalupe, apontada por críticos, como Sérgio Martins, da revista Veja, como uma das mais promissoras do cenário nacional. O TG, na realidade, não acabou: está na ativa, capitaneado pelo vocalista Dary Jr. Mas três ex-integrantes do TG continuaram tocando juntos e formaram a Dasvelas.
Allan Yokohama (guitarra e voz), Marano (guitarra e voz) e Fabiano Ferronato (bateria), músicos que chamaram a atenção do público e da crítica pela sonoridade que desenvolveram no TG, incorporaram o amigo Igor Ribeiro (sintetizadores e sax) nessa nova proposta musical.
Eles afirmam que, antes da sonoridade, o que explica a banda é a amizade, o elo que os aproxima e torna a relação leve e agradável.
Yokohama lembra que, como muitos ensinamentos evidenciam, nada é independente nesse mundo de contínuos intercâmbios. O quarteto troca informações com muita frequência. Mostram, uns aos outros, a mais recente descoberta musical, assistem filmes e compartilham inúmeras horas da existência.
Marano e Ribero vivem há seis meses no mesmo endereço, no bairro Água Verde, local em que a banda ensaia, das segundas às quintas-feiras, das 19 às 22 horas.
Além de refinar o repertório para as apresentações públicas, eles se permitem brincar, improvisar e ouvir o que gostam. De Led Zeppelin a Cazuza, também fazem soar no aparelho de som canções de bandas curitibanas, como ruído/mm, Anacrônica, Sabonetes, Copacabana Club, Hotel Avenida, Mordida, Narciso Nada e outras.
No dia 10 de junho, a Dasvelas divide o palco do James com a banda Charme Chulo. Eles querem exibir as suas canções no palco do Wonka, no Blues Velvet, no Teatro do Paiol, enfim, onde for possível soar.
Em um segundo momento, a meta é conhecer o país fazendo música. Nada mais natural, observa Yokohama, do que seguir Brasil afora por meio de uma turnê permanente algo que pode se estender por outros países.
No tsunâmi do agora
"Pessoas vivendo o presente, esquecendo o depois." Eis um trecho de uma nova letra que, como sugere Yokohama, pode ajudar a compreender a proposta da banda.
Eles entendem que esse começo de década é um momento que, acima de tudo, "pede" leveza, devido a tantos incidentes e tragédias que se repetem em diversos pontos do mundo, de corrupção a desastres naturais. "Então, percebemos que o artista tem de oferecer leveza ao público. Não é escapismo. Ao contrário. Já há peso demais na realidade", diz Ribeiro. E Yokohama completa dizendo que as letras são, de maneira geral, "para cima".
A gravação do álbum, ainda sem título, aconteceu em meio a um astral muito leve, dizem os músicos. De janeiro a março, eles registraram 14 canções no estúdio carioca Órbita, com a produção de Carlos Trilha, famoso por ter burilado álbuns da Legião Urbana, Renato Russo, Marisa Monte e Lobão.
Trilha, conta Ribeiro, soube extrair o que a banda tinha de melhor, sem tentar transformá-los em um produto comercialmente viável. Eles lançam o álbum em agosto. No mês que vem, anteciparão uma das faixas pela internet. E, neste próximo domingo, dão o primeiro passo em público desse projeto que, como o nome sugere, segue ao sabor do vento.
Serviço
Estréia da banda Dasvelas. Conservatório de MPB (R. Mateus Leme, 66). Dia 16, às 11h. No Sarau das Nuvens. R$ 5. Mais informações: (41) 9902-1814.



