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Cinema

Que Horas Ela Volta? comove Berlinale

Filme de Anna Muylaert é aplaudido na sessão de gala da Panorama, principal mostra do Festival de Berlim

Vencedora do prêmio de melhor atriz no festival de Sundance, Regina Casé interpreta Val, que deixou sua filha no interior de Pernambuco para tornar-se babá em São Paulo | Divulgação
Vencedora do prêmio de melhor atriz no festival de Sundance, Regina Casé interpreta Val, que deixou sua filha no interior de Pernambuco para tornar-se babá em São Paulo (Foto: Divulgação)

A diretora Anna Muylaert – de Durval Discos, cult brasileiro de 2002, – estava cansada, mas visivelmente feliz na sessão de gala no último domingo do seu Que Horas Ela Volta? , filme que estreou na 65ª edição do Festival de Berlim, com o auditório lotado e muitos aplausos.

Na apresentação, a cineasta agradeceu ao festival e à toda equipe. E desejou que o público gostasse do filme.

A história segue Val (interpretada por Regina Casé), que deixou sua filha Jessica (Camila Márdila) no interior de Pernambuco para tornar-se babá em São Paulo. O reencontro entre as duas acontece quando a menina vai para a cidade prestar vestibular, causando desconforto na casa da família onde Val trabalha.

A presença repentina da jovem muda a rotina e o balanço de poder na casa. Val tem que decidir entre suas obrigações e o que é necessário que ela sacrifique.

Recém-apresentado no festival norte-americano de Sundance – onde Regina Casé e Camila Márdila dividiram o prêmio de melhor atriz – Que Horas Ela Volta? repetiu na Alemanha o sucesso que fez no evento independente. O filme concorre ao troféu de audiência da Panorama e ao prêmio da crítica internacional.

"Queria, neste filme, falar sobre a questão da educação das crianças e de como ela é desvalorizada no Brasil. A figura da babá é algo que nunca entendi, por exemplo. Deixar seu filho o dia todo com alguém que – por necessidade – largou seus filhos para cuidar do filho dos outros sempre me pareceu cruel, pois nenhuma das crianças fica com quem gostaria de ficar. O filme toca nesta questão de maneira crua", disse Anna Muylaert à reportagem da Gazeta do Povo.

Sobre a participação e a repercussão do filme no festival, Anna se diz muito feliz. "Acabei de estrear meu filme em Sundance domingo retrasado (25) e duas semanas depois estou aqui, mostrando na Berlinale. Trabalhamos muito duro para conseguirmos estar aqui", disse a cineasta.

Ao final, Anna Muylaert afirmou que espera que o público internacional compreenda o que há de universal nesta história, que é tão brasileira, afinal. "A participação aqui e no Sundance vai ajudar muito na carreira internacional e no Brasil do filme. Mas eu espero que contribua também para que possamos alargar nosso olhar sobre a questão tratada na história."

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