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Omara Portuondo e Maria Bethânia: show que passou por Curitiba em maio chega às lojas em DVD | Divulgação/BetiNiemeyer
Omara Portuondo e Maria Bethânia: show que passou por Curitiba em maio chega às lojas em DVD| Foto: Divulgação/BetiNiemeyer

Combo

Conheça o repertório do DVD, gravado ao vivo no Palácio das Artes (Belo Horizonte), em 3 e 4 de abril.

DVD

"Cio da Terra"; "Cálix Bento"; "Gente Humilde"; "Partido Alto"; "Arrependimento"; "Negue"; "O Ciúme"; "Doce/ A Bahia Te Espera"; "Escandalosa"; "Cubanacan"; "Tal Vez", "Veinte Años"; "Mil Congojas"; "Nana para un Suspiro"; "Dos Gardenias"; "Lacho/ Drume Negrita"; "La Sitiera/ Guantanamera"; Instrumentais: "Canto do Pajé/ Três Golpes"; "Você"; "Só Vendo Que Beleza (Marambaia)"; "Caipira de Fato/ El Amor de Mi Bohío"; "Havana-me"; "Para Cantarle a mi Amor"; "Começaria Tudo Outra Vez"; "O Que Será (À Flor da Terra)"; "Palabras/ Palavras".

Livro

A coletânea traz artigos de Arnaldo Antunes, Frank Padrón, Lya Luft, Mônica Waldvogel e Nélida Piñon, e depoimentos das cantoras, que tratam das relações entre os dois países. O livro e o DVD são comercializados juntamente em um estojo, com edição limitada. Também é possível adquirir o DVD avulso.

  • Estojo: a edição especial inclui livro e DVD
  • Livro de fotos e artigos sobre as relações Cuba-Brasil
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O que esperar do encontro histórico entre Omara Portuondo e Maria Bethânia, além do derramamento de elogios que preenche grande parte das páginas do livro Bahia – Cuba (Nova Fronteira)?

Trata-se de mais um desdobramento da bem-sucedida parceria entre o ícone da música cubana, mundialmente consagrada pelo filme Buena Vista Social Club (Wim Wenders), e a intérprete maior da música popular brasileira, iniciada com o disco que leva os nomes de ambas. Um time de admiradores foi convocado a escrever artigos em que exaltam as qualidades das cantoras e estabelecem as relações de semelhança e diferença culturais entre lá e cá.

O compositor Arnaldo Antunes, o crítico de arte cubano Frank Padrón, as escritoras Lya Luft e Nélida Piñon e a jornalista Mônica Waldvogel assinam os textos, entremeados por fotografias. Jô Name, com sua lente voltada a Santo Amaro, na Bahia, e Tatiana Altberg, a registrar o país de Fidel Castro, compõem juntos uma breve iconografia internacional, reveladora de aproximações na fisionomia dos habitantes, arquiteturas e cotidianos.

DVD

O volume bilíngüe chega às lojas em um estojo, acompanhado pelo DVD Omara Portuondo Maria Bethânia (Biscoito Fino), gravação do show apresentado no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em abril. O mesmo que seria visto pelo público curitibano, um mês mais tarde.

O "Cio da Terra" inaugura o espetáculo trazendo as duas ao palco, dividindo os versos de Chico Buarque, que, na voz de Omara, são cantados na versão em espanhol criada por Alfredo Fressia. A cubana não se arrisca no português. Por vezes, consulta as letras das músicas, para não se perder. Aos 78 anos, ainda com uma voz potente, tem todo o direito de fazê-lo.

Depois da reunião inicial, Maria Bethânia fica sozinha no palco, para entoar sucessos como "Negue" (Adelino Moreira e Enzo de Almeida) e canções que nunca havia interpretado, a exemplo de "Doce" (Roque Ferreira). Na metade do show, é a vez de Bethânia se ausentar e Omara entrar em cena, com um repertório marcado por boleros como "Dos Gardênias" (Isolina Carrilo) e fazendo charme para a platéia em "Drume Negrita" (Ernesto Grenet).

Por fim, voltam as duas ao cenário luminoso e colorido de Gringo Cárdia, com luz de Maneco Quinderé, para cantar em dueto "Havana-me" (Paulo César Pinheiro e Joyce) e encerrar com canções homônimas, eleitas por Bethânia (que se envereda no espanhol): "Palabras" (Marta Valdés) e "Palavras" (Gonzaguinha).

"Esse disco parece celebrar essa comunhão de influências mútuas, não só entre os dois países, mas também, pela escolha do repertório, entre o rural e o urbano, o litoral e o interior, o moderno e o arcaico", diz Arnaldo Antunes em contribuição ao livro Bahia – Cuba.

Entre os artigos, merece uma leitura mais atenta – por não se resumir a louvações – o de Frank Padrón, que traça um panorama solto da história das relações musicais entre Cuba e Brasil, destacando o preconceito cubano contra a MPB (semelhante ao preconceito brasileiro contra a música latina?) e a importância das telenovelas importadas para romper essa barreira, emplacando cantores como Ivan Lins e a própria Bethânia.

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"A voz de Maria Bethânia me impressiona tanto que fiquei muito nervosa, muito preocupada, antes de gravarmos. Tenho uma admiração e um respeito tão grandes por ela que pela música brasileira que no início estava um pouco inibida, pois ela cantava coisas belíssimas. (...) A verdade é que este trabalho foi tão lindo que vai ocupar um trabalho muito especial na minha carreira artística."

Omara Portuondo - Cantora

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"...sempre me incomodou o preconceito que regia (...) a difusão, entre nós, da música popular brasileira, privilegiando certas zonas bem reles e banais dentro do 'latino' e mesmo do anglo-saxão. A resposta dos responsáveis por esse penoso bloqueio (como se vê, não padecemos apenas do bloqueio ianque) sempre foi que, em Cuba, não gostamos da MPB (...).A melhor maneira de romper com esse mito, com esse poderoso lugar-comum, é lembrar a recepção que teve desde sempre entre nós a ótima canção brasileira que nos chega através da telenovela."

Frank Padrón - Crítico de arte cubano

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