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Reis, mas nem só de Leon

Após conquistar Europa, Austrália e Nova Zelândia, o quarteto norte-americano Kings of Leon finalmente alcança reconhecimento em seu país de origem, graças ao sucesso de seu quarto álbum, o premiado Only by the Night

A partir da esquerda, o primo Matthew e os irmãos Nathan, Caleb e Jared, da banda Kings of Leon: fama mundial | Divulgação
A partir da esquerda, o primo Matthew e os irmãos Nathan, Caleb e Jared, da banda Kings of Leon: fama mundial (Foto: Divulgação)

Basta ligar o rádio para ouvir "Use Somebody" ou sintonizar na MTV para assistir ao videoclipe da mesma canção. No Brasil, na Austrália, na Nova Zelândia ou na Europa, tanto faz. Onde quer que você esteja, o quarteto norte-americano Kings of Leon vai estar com você.

Sucesso ao redor do mundo há seis anos, desde que lançaram o álbum de estreia, Youth and Young Manhood (2003), o grupo formado por membros da família Followill – os irmãos Nathan, 30 (bateria), Caleb, 27 (guitarra e vocal), Jared, 22 (baixo), mais o primo Matthew, 24 (guitarra) – está entre as maiores bandas de rock do mundo na atualidade.

A fama, até o ano passado restrita basicamente aos países europeus, atingiu todo o planeta, in­­cluindo a terra natal dos rapazes, no ano passado, com o lançamento de Only by the Night, quarto trabalho do grupo, que alcançou resultados impressionantes, entre eles, um Grammy e uma vendagem que já ultrapassa os 6,5 milhões de cópias ao redor do globo (leia mais no quadro ao lado).

Após turnê de 17 shows pelos Estados Unidos no mês de abril, o Kings of Leon finalmente caiu nos braços da América, onde as vendas do mais recente disco já ultrapassam 1,2 milhão – até então, nenhum dos álbuns do grupo havia atingido o Top 20 da revista Billboard. No Reino Unido, Only by the Night já vendeu mais do que Viva la Vida or Death and All His Friends, último trabalho da banda inglesa Coldplay, de quem os Followill tomaram o posto com que sempre sonharam – o de maior banda de rock do mundo.

Com o estrelato, muita coisa mudou. Dos figurinos – os brasileiros que os viram no Tim Festival, em 2005, são testemunhas de que a banda parecia saída do filme Quase Famosos (2000) –, ao comportamento nos bastidores. Para aguentarem a vida de rock stars, os "reis de Leon" (em homenagem ao avô, Leon) tiveram de abrir mão do trono de banda mais festeira do rock-and-roll.

Caleb agora viaja acompanhado da noiva, a modelo Lily Aldri­­ge, e as inúmeras groupies seminuas que costumavam povoar os camarins da banda já não circulam mais por lá. Todos os integrantes largaram a cocaína, após excursionarem com o U2 pelos Estados Unidos, em 2005: ao chegarem da turnê foram recepcionados com uma crise de choro da mãe, BettyAnn, espantada com os 15 quilos a menos de cada um dos filhos.

Musicalmente, por outro lado, eles continuam a fazer o querem e, talvez por isso mesmo, soem tão originais em relação às bandas de sua geração, as quais admiram, mas não tentam imitar. A origem de tal postura, muito possivelmente, tem a ver com a maneira com que eles foram criados, totalmente diferente de qualquer rapaz com menos de 30 anos.

No banco de trás

Filhos de um pastor da igreja evangélica pentecostal, Nathan, Caleb e Jared passaram boa parte da infância no banco de trás do carro do pai, Ivan, que viajava constantemente para pregar em diversas localidades Estados Unidos afora. Criados sob rígidos preceitos religiosos, não podiam ver televisão, nem ouvir qualquer outro tipo de música além da gospel.

Mesmo assim, Nathan e Caleb resolveram seguir em busca do sonho de viverem de música, re­­crutando para isso, o caçula Jared, então com 15 anos, e o primo Matthew, de 17. Com o auxílio do mentor Angelo Petralia – veterano compositor de Nashville, que cedeu aos meninos uma sala de ensaio repleta de equipamentos vintage e uma coleção de vinis cujos títulos iam de The Velvet Un­­derground a New York Dolls –, os quatro garotos gravaram o álbum de estreia, Youth and Young Man­­hood, em 2003, emplacando, logo de cara, a terceira posição no ran­­king britânico UK Charts – o Reino Unido, aliás viria a ser o primeiro "lar" do grupo.

Com o trabalho seguinte, Aha Shake Heartbreak (2004), conquistaram o mercado australiano, onde receberam certificado de platina dupla (140 mil cópias vendidas). Because of the Times (2007) já estreou no topo da parada inglesa e chegou à 25.ª posição nos Estados Unidos, que, só agora, rendeu-se aos charme dos Followill. Já não era sem tempo.

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