![Relato emocionante de uma geração Caio Blat vive o papel de Heitor, irmão da diretora Lúcia Murat e protagonista do filme | Divulgação](https://media.gazetadopovo.com.br/2012/06/d592379dc0cf5387cfc33b47999234de-gpLarge.jpg)
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Quando seu irmão Miguel morreu, em 2009, aos 57 anos, vítima de um enfarte fulminante, a cineasta carioca Lúcia Murat (de Quase Dois Irmãos), teve o impulso de mergulhar na história da família para resgatar um capítulo muito importante tanto para ela quanto para ele: a intensa peregrinação ao redor do mundo, empreendida por Heitor Murat Vasconcellos, o mais novo dos cinco filhos dos pais da diretora. Assim nasceu Uma Longa Viagem, emocionante documentário vencedor dos prêmios de melhor filme e ator (para Caio Blat) no Festival de Gramado do ano passado.
Miguel, que se formou em Medicina e se tornou uma referência na Infectologia brasileira, e Lucia viveram intensamente os anos que se sucederam ao Golpe Militar de 1964. Engajados na luta contra a ditadura, ambos foram perseguidos, e Lúcia chegou a ser presa no início da década de 70. Foram razões suficientes para que o caçula, Heitor, então aos 18 anos, fosse despachado pelos pais para Londres antes que cumprisse o que prometia e entrasse, como a irmã, para a guerrilha.
No filme, assistimos a depoimentos do próprio Heitor, mas também o vemos jovem, interpretado por Caio Blat (de Xingu), cujas falas são construídas a partir das centenas de cartas enviadas por ele, principalmente à mãe, que as guardou e pediu que fossem datilografadas, tamanha a visceralidade contida nos textos.
Em vez de estudar inglês e manter-se distante de confusões, Heitor iniciou, na Inglaterra, uma longa e tortuosa jornada pelo mundo, com direito a alguns retornos ao Brasil, mas sempre regada a todos os tipos de drogas e com vários revezes. A aventura se encerraria no fim da década de 70, quando a Embaixada do Brasil na Índia comunicou à família que o rapaz, em surto psicótico, deveria ser resgatado e trazido de volta ao país natal. GGG1/2
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