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Meio ambiente

Requião defende radicalização aos transgênicos

A solenidade de abertura da MOP3, marcada pelo tom diplomático dos representantes da ONU e pelos apelos à cooperação entre os países para se chegar a um entendimento sobre o transporte e identificação de transgênicos, teve um voz dissonante: a do governador Roberto Requião. Conhecido por ser um crítico feroz dos organismos geneticamente modificados, Requião falou que é preciso radicalizar para defender a biodiversidade e a biossegurança das ameaças representadas pelo capitalismo.

Requião disse ser contrário à identificação das cargas com a denominação "pode conter transgênicos", defendendo a proposta que exigiria a nomenclatura "contém transgênicos". Para ele, a solução apresentada pelo "pode conter" é dúbia e perigosa. O governador ainda colocou o governo federal em uma saia-justa diante de representantes de mais de 100 países ao criticar a União por impedir que o Paraná seja declarado área livre de transgênicos.

A fala de Requião ainda destoou do discurso das demais autoridades em outro aspecto. Enquanto todos (inclusive o prefeito de Curitiba, Beto Richa) tratavam de abordar temas específicos relacionados às discussões das conferências da ONU, Requião foi além. Aproveitou para discursar sobre seus principais projetos ambientais e falou, inclusive, de sua luta contra os interesses privados que estariam tentando privatizar o Porto de Paranaguá.

O discurso radical do governador, porém, foi contraposto por uma posição muito mais conciliatória dos representantes da ONU. O secretário-executivo da Convenção de Diversidade Biológica, Ahmed Djoghlaf, disse que, tomadas as devidas precauções, a biotecnologia pode trazer benefícios à humanidade. Além disso, ele defendeu a necessidade de entendimento entre as partes envolvidas. Segundo ele, o Protocolo de Cartagena, que estabelece as diretrizes internacionais de biossegurança, não terá resultado sem que haja parcerias entre os governos e a sociedade, o que inclui a iniciativa privada.

A presidente da MOP3, a malaia Nasron Fatimah Raya, também defendeu a necessidade de haver consenso entre os países, sobretudo no que diz respeito à identificação e transporte de transgênicos. "Sugiro que todos façam compromisso de não sair de Curitiba sem resolver isso", disse Nasron. Posições intransigentes de algum grupo de países durante a MOP podem inviabilizar qualquer tipo de deliberação, pois aprovações só ocorrem se houver consenso entre os 132 países que fazem parte do Protocolo de Cartagena.

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