Não tem problema se tem fila, se não sobra mesa pra sentar ou se é um pouco sofrido conseguir um garçom e fazer um pedido. Quem vai ao Risorama, que está na 10ª edição no Festival de Teatro e teve sua primeira sessão nesta quinta (28), está disposto a se divertir. O que importa é que a noite renda boas risadas.E isso (ainda bem!) é garantido.
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Há graça pra todo mundo. Os que gostam das piadas mais picantes já se veem realizados logo que a anfitriã Nany People entra em cena. Sem texto pronto, com um humor lascivo e escancarado, a comediante anda no meio da galera, tira sarro da cara de um e de outro, fala o que vem a cabeça e também apresenta quem vem ao palco. Nem o prefeito de Curitiba Gustavo Fruet, sentado em uma mesa bem em frente ao palco, não escapou das brincadeiras.
Os que preferem um humor mais refinado, classe A, sem tanto palavrão e besteirol gritado também foi bem servido com a turma "Melhores do mundo". Na esquete apresentada na noite de estreia do evento , um ladrão inteligente e craque em regras gramaticais enlouquecia os policiais quase semianalfabetos. Texto bom na mão de profissionais competentes.
Logo depois dele, Octávio Mendes, famoso pelo personagem Irmã Selma, apresentou "Xanaína", uma cantora decadente, com um apenas um seio de silicone e a pretensão de ter uma carreira meteórica. A graça é diferente e agrada quem gosta mais de performances, figuras caricatas, mas não há muita originalidade e pouca identificação da plateia.
De cara lavada, o curador do evento Diogo Portugal escolheu seu humor stand-up e mandou bem falando de peculiaridades da cidade, dos curitibanos e de temas atuais. Aliás, esse também foi o tema que norteou os repertórios do ótimo Afonso Padilha e o divertidíssimo Fabio Rabin, os mais aplaudidos da noite.
Enquanto o curitibano tem aquele humor rápido e certeiro, que o público mal consegue recuperar o fôlego e já volta a gargalhar, Rabin chega com um sotaque bem paulista e faz rir com belas sacadas cotidianas. Uma dupla e tanto.Fechando o time, Paulinho Serra figurinha carimbada do Quinta Categoria da MTV fez graça, mas não surpreendeu muito. Bem o oposto do anão Gigante Leo, que fez todas as piadas possíveis com o seu tamanho e arrancou muitas risadas da plateia.
Risonhos
A grande maioria do público da primeira noite do Risorama, composto por gente das mais variadas idades e perfis casais, jovens e famílias, não está lá muito interessada no restante das peças que o Festival de Teatro oferece. Só querem aproveitar a noite de riso que conseguiram garantir depois de muito esforço. "Os ingressos sempre esgotam muito rápido e a gente nunca consegue vir ao Risorama. Então, este ano, a gente decidiu focar em garantir as entradas e depois vamos ver que outras peças dá para assistir", disseram Fernanda Louise Heyn, 22 anos, e a irmã Camile, 17.
Também foi a primeira noite de Risorama da empresária Vera Coelho, 42 anos, e Antonio Munaretto, 48. Os dois também não compraram ingressos para outros espetáculos ou atrativos do Festival. "Estamos precisando dar risada, desestressar. Além disso, a gente gosta do Diogo Portugal, da Nany People e outros artistas que só num evento assim a gente pode assistir todos na mesma noite", falou Vera.
Outra estreante no mundo das gargalhadas, a analista de compras Ana Paula Calixto, 31 anos, não conseguiu mesa e precisou se arranjar só com uma cadeira no cantinho dos corredores. Mesmo assim, estava satisfeitíssima com a noite: "O que importa é se divertir, né?". Todos os presentes pareciam estar de acordo.
Primeira noite do Risorama 2013




