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Opinião

Ruim de letra, bom de melodia

Sem querer, Jorge Vercilo inventou um novo gênero: a música de auto-ajuda. Suas canções, sempre "pra cima", embalam romances iniciantes e vidinhas deprimidas. Mas, como os livros e palestras motivacionais, as letras são duras de engolir por quem não precisa desse tipo de empurrãozinho.

Para ficar apenas num exemplo, conheça "Vela de Acender, Vela de Navegar", canção inédita incluída no projeto ao vivo. A letra, segundo o cantor, fala de um rapaz que encontrou no amor (a vela de navegar) a saída para o vício das drogas (a vela de acender, em referência à maconha). "Vê-la me faz ter fé/ Vê-la me deixa assim a pé/ Vê-la me dá certeza de quem eu sou pra deixar de ser mané", diz um dos versos. Sacou o trocadilho "esperto"?

Em compensação, há uma qualidade indiscutível em Vercilo: ele é um excelente melodista. Mescla, com senso pop, as harmonias do cânone da MPB (Caetano, Djavan, Gil) e o suingue da música negra americana (Stevie Wonder, Earth Wind & Fire). Essa combinação, quando emplaca, resulta em hits do porte de "Que Nem Maré", "Monalisa", "Homem-Aranha", "Final Feliz" – todas incluídas em Jorge Vercilo Ao Vivo. Difícil não sair assobiando. (OG) GG1/2

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