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Espaço público

Sem verba, Cinemateca vive de parcerias

Presidente da Fundação Cultural de Curitiba afirma que recursos para programação, divulgação e infraestrutura devem ficar para 2015

Investimentos para melhorias na programação e na infraestrutura da Cinemateca de Curitiba só devem ocorrer no ano que vem | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Investimentos para melhorias na programação e na infraestrutura da Cinemateca de Curitiba só devem ocorrer no ano que vem (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

A Cinemateca de Curitiba não tem dinheiro para investir em programação, divulgar atividades e realizar reformas no espaço até o fim de 2014. Foi o que afirmou o presidente da Fundação Cultural de Curitiba e diretor do espaço, Marcos Cordiolli, à Gazeta do Povo. As sessões agendadas para o segundo semestre deste ano, portanto, dependem apenas da participação de parceiros, como consulados, cineclubistas e produtores de cinema.

No ano passado, o presidente da FCC chamou um conselho informal para discutir melhorias nas exibições e na infraestrutura. Na equipe estavam os críticos de cinema Marden Machado e Nikola Matevski, além dos cineastas Rafael Urban e Terence Keller. Por quase seis meses, o grupo se reuniu e debateu os problemas do espaço mensalmente.

As sessões bem-sucedidas dos clássicos Fitzcarraldo (1982), de Werner Herzog, e Ran (1985), de Akira Kurosawa, foram alguns dos resultados desses encontros. Desde fevereiro deste ano, no entanto, o conselho se diluiu. A promessa de consolidar uma programação mais autônoma para o espaço foi pelo mesmo caminho.

O maior problema apontado pelos membros da equipe ouvidos pela reportagem foi o de que não havia recursos para investir na Cinemateca. "Desde o início pedimos verba para comprar licenças de exibição e melhorias estruturais, mas nada foi feito", afirma Keller.

Estrutura

Entre os problemas apontados e discutidos pelo grupo junto à direção da Cinemateca estavam atualizações no equipamento de projeção, a aquisição de um novo ar condicionado para a sala de cinema (pois o que é usado faz muito barulho) e verba para negociações com as distribuidoras. Atualmente, o espaço só consegue trabalhar com empresas alternativas, como a Vitrine Filmes e a Polifilmes, que aceitam metade da bilheteria dos filmes como lucro.

Outra questão fundamental é a troca da tela da sala de cinema, cujo prazo de validade está vencido há cinco anos. "O grande problema é que não dispomos mais de dinheiro para realizar investimentos neste ano. Dependemos do ajuste de contas da Prefeitura", justificou Cordiolli em entrevista por telefone. O presidente da FCC garante que, para 2015, haverá verba para lidar com a programação e fazer ajustes pontuais na estrutura, como a tela e o ar condicionado.

Na semana passada, o Caderno G apontou reclamações de usuários com relação à organização e ocupação do espaço. Entre as reivindicações estava a instalação de um espaço de convivência. "Estamos apresentado à Urbs um projeto de implantação de um café na Cinemateca e no Memorial de Curitiba", diz Cordiolli, que planeja colocar a ideia em funcionamento até o fim do ano que vem.

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