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Visuais

Sensações e retratos da Amazônia

Exposição no Museu da Fotografia traz obras dos artistas Arthur do Carmo e Luana Navarro, que refletem sobre as lacunas da Região Norte

Casa típica da região foi retratada por Luana Navarro | Luana Navarro/Divulgação
Casa típica da região foi retratada por Luana Navarro (Foto: Luana Navarro/Divulgação)

Foi um exemplar da extinta revista Realidade, de 1971, que inspirou os artistas Arthur do Carmo e Luana Navarro a começar o projeto da exposição Transamazônica: Imaginários Compartilhados, que abre hoje no Museu da Fotografia (veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo). Ao se depararem com as reportagens daquela edição, perceberam que existia uma projeção de futuro próspero e progresso imenso para a região, em uma época onde o Brasil passava por obras de grande porte, como a construção da própria Rodovia Transamazônica, a terceira maior do país, e da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Mostrar essa dupla dimensão – entre a promessa e o presente – foi a ideia seguida pela dupla, que elaborou mais de 2 mil fotografias e 40 horas de imagens.

"Traçamos um itinerário que pudesse ser feito em viagens por terra, e levamos dois dias somente para percorrer a rodovia", conta Do Carmo. Da experiência, o mais surpreendente foi observar a diferença nas dimensões de território e na paisagem. "Aqui [no Paraná] temos uma ideia de árvore, por exemplo, e que lá é outra."

Apesar do amplo material em foto e vídeo, a intenção não é a de fazer uma mostra documental, explica o curador Marcio Doctors. "Eles [os artistas] não tiveram essa preocupação. O que é rico é a possibilidade de fazer extrações poéticas e criar ambientações que trazem a percepção da Amazônia, além de colocar os impactos de uma pessoa que sai de Curitiba e vai para uma realidade totalmente diferente, mesmo dentro do próprio país." As seis salas do museu foram ocupadas por vídeos e instalações, como a de um mapa do Brasil com todas as cidades batizadas com o nome de paisagens – hoje, muitas dessas áreas verdes já foram devastadas. Do acervo de fotografias, apenas duas, de momentos distintos, estarão na mostra. No dia 9 de outubro, Doctors e os artistas conversarão com o público sobre a exposição, e lançarão um catálogo do material.

Acervo

Hoje, o Museu da Gravura (que, assim como o da Fotografia, fica no espaço do Solar do Barão) também abre uma nova exposição com obras de seu acervo. Experiências de Museus, tem a curadoria de Paulo Reis, Felipe Prando, Deborah Bruel, Newton Goto e Ana González. Durante o período expositivo (até outubro), serão realizadas três mesas de debates sobre artes visuais. A primeira acontece amanhã, às 19 horas, com a participação de Newton Goto e Charles Narloch, diretor da Fundação Cultural de Joinville.

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