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Autoridades suíças rejeitaram na terça-feira um recurso dos advogados de Roman Polanski - preso em setembro depois de fugir dos EUA em 1978 por uma acusação de ter mantido relações sexuais com uma menor de idade - em que os advogados pediram a libertação do cineasta da prisão.

As autoridades também recomendaram ao tribunal suíço encarregado de julgar seu mandado de extradição que rejeite outro recurso dos advogados de Polanski pedindo sua libertação e que rejeite qualquer pedido de libertar sob fiança o diretor de cinema de 76 anos, premiado com o Oscar.

Em 1977, Polanski declarou-se culpado de ter feito sexo com uma menina de 13 anos, mas fugiu dos EUA na véspera do anúncio de sua sentença, em 1978, porque acreditou que um juiz norte-americano pudesse passar por cima do acordo extrajudicial que tinha fechado e pudesse condená-lo a 50 anos de prisão.

"Ainda existe, a nosso ver, um risco muito alto de que ele fuja e de que uma libertação sob fiança ou outras medidas posteriores a uma libertação não possam garantir a presença de Polanski no procedimento de extradição", disse um porta-voz do Escritório Federal de Justiça, Folco Galli.

Os advogados de Polanski tinham apresentado um recurso ao Escritório Federal de Justiça, pedindo que reconsiderasse sua prisão devido a um mandado de extradição dos EUA. Eles também registraram um recurso junto à Corte Penal Federal Suíça, que ainda pode decidir libertar Polanski sob fiança.

As autoridades suíças tinham dito anteriormente que seria muito improvável que Polanski fosse libertado sob fiança. O escritório de justiça tinha pedido à Corte Penal Suíça que rejeitasse a apelação de Polanski, disse Galli.

O advogado de Polanski, Hervé Temime, disse: "Essa recomendação é decepcionante, mas não nos surpreende. Vamos aguardar para ver o que decidem os juízes, os magistrados em cortes independentes."

PRÊMIO PELO CONJUNTO DA OBRA

O cineasta, que tem dupla cidadania francesa e polonesa, foi preso a pedido dos Estados Unidos quando viajou à Suíça em 26 de setembro para receber em um festival de cinema um prêmio pelo conjunto de sua obra.

"Queremos dizer aos tribunais suíços que Roman Polanski se comprometeu a permanecer na Suíça durante esse processo e atender a todos os pedidos que lhe forem feitos", disse Temime a jornalistas.

"Esperamos que os juízes suíços possam ignorar esse linchamento na mídia, que não guarda relação alguma com justiça."

O cineasta, que recebeu o Oscar de melhor diretor por seu filme de 2002 "O Pianista", sobre o Holocausto, também foi acusado de dar drogas e álcool à menina.

Polanski tinha fechado um acordo com promotores de Los Angeles para confessar-se culpado da acusação sexual e cumprir 42 dias de prisão para ser submetido a exames psiquiátricos, prazo esse que já cumprira na prisão. Mas ele acreditava que o juiz poderia passar por cima do acordo e condená-lo a até 50 anos de prisão.

As autoridades norte-americanas têm até 60 dias para formular um pedido firme de extradição, mas Polanski poderá apelar junto aos tribunais suíços. Fontes judiciais americanas já disseram que, se Polanski o contestar, o complexo processo de extradição poderá se arrastar por anos.

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