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Bob Dylan: novo disco conta com dez faixas inéditas, que versam sobre as intempéries do amor ao som do blues |
Bob Dylan: novo disco conta com dez faixas inéditas, que versam sobre as intempéries do amor ao som do blues| Foto:

Folk-se

Saiba mais sobre o gênero musical folk e suas derivações.

- O gênero musical folk refere-se à música tradicional norte-americana e britânica de tradição oral, passada de geração em geração e, posteriormente, fundida a outros gêneros musicais populares, como o rock-and-roll.

- De estruturas simples e basicamente acústicas, as canções folk, frequentemente, contam com letras de teor social.

- O ressurgimento do folk na música pop é cíclico e, ao longo das décadas, o gênero baseado na música tradicional vem originando novos híbridos.

Confira a seguir uma lista dos principais derivados do folk, mais uma discografia básica para entender cada um deles:

Revival

É o resgate da música tradicional nos EUA, durante a primeira metade do século 20, fenômeno batizado de american folk music revival.

Discografia básica

American Industrial Ballads, Pete Seeger (1957); The Weavers at Carnegie Hall, The Weavers (1957); Joan Baez, Joan Baez (1960); Woody Guthrie Sings Folk Songs, Woody Guthrie (1962 – foto); Around the Campfire, Peter, Paul and Mary (1998).

Folk-rock

Inaugurado pela banda norte-americana The Byrds (foto), em meados dos anos 60, o subgênero alia o estilo de composição folk ao ritmo e aos arranjos de guitarra do rock-and-roll.

Discografia básica

Mr. Tambourine Man, The Byrds (1965); Blonde on Blonde, Bob Dylan (1966); Buffalo Springfield, Buffalo Springfield (1966); Songs of Leonard Cohen, Leonard Cohen (1968); Five Leaves Left, Nick Drake (1969).

  • Neil Young: álbum foi inspirado por uma viagem do músico a bordo de seu Lincoln Continental conversível, transformado em um carro elétrico movido a bateria
  • Leonard Cohen: registro ao vivo do cantor e compositor canadense traz de volta sua força e intensidade como intérprete e performer

Desde a última semana, um fato raro pode ser detectado nas listas dos mais vendidos da loja virtual Amazon e da parada norte-americana Billboard: a presença de três dos cantores e compositores mais influentes da música pop de todos os tempos – Bob Dylan, Leonard Cohen e Neil Young.

Com novos discos recém-lançados ou prestes a chegar nas lojas de todo o mundo, os três veteranos, cujas carreiras foram inicialmente inspiradas pelo mesmo gênero musical – o folk – continuam movendo uma legião de fãs, influenciando novas gerações de músicos e provando que suas obras estão longe de acabadas.

Perto de completar 69 anos, Bob Dylan aproveitou o convite do cineasta francês Olivier Dahan (de Piaf – Um Hino ao Amor) para que integrasse a trilha sonora de sua mais nova produção (My Own Love Song) e emendou a gravação de outras nove faixas. O conjunto de canções deu origem a Together through Life, 33º álbum de inéditas da carreira de Dylan, cujo lançamento mundial está marcado para o próximo dia 27, inclusive no Brasil.

Mesmo antes de chegar às lojas, o novo álbum de Dylan – sucessor do platinado Modern Times (2006), que vendeu mais de 4 milhões de cópias ao redor do planeta – já se encontra entre os 15 mais encomendados na Amazon e o single de "Beyond Here Lies Nothing" chegou à 29ª posição do ranking de singles da Billboard.

Ícone do movimento pelos direitos civis e um dos principais oponentes à Guerra do Vietnã na década de 1960, Bob Dylan, mesmo quando só fala de amor, hoje é questionado sobre possíveis conotações políticas em suas letras . Um exemplo é a canção "I Feel a Change Comin’ On", presente no novo álbum, que vem sendo comparada à clássica "The Times They Are a-Changin’" (de 1964) e interpretada como um suspiro de otimismo frente ao governo de Barack Obama. "Política é entretenimento. É um esporte. É para os bem nascidos e bem criados. Para os impecavelmente vestidos. O verdadeiro poder está nas mãos de pequenos grupos de pessoas", rebate o veterano músico.

Lata velha, motor novo

Em junho do ano passado, Neil Young, 64 anos, investiu US$ 120 mil para converter seu Lincoln Continental Young 1959 em um carro elétrico, movido a bateria. Com o belíssimo conversível ecologicamente adaptado, dirigiu sozinho pela Route 66 até a capital do país, Washington. A viagem foi a semente de Fork in the Road, mais recente álbum do cantor e compositor, lançado mundialmente no dia 7 nos formatos CD e DVD e prestes a chegar às lojas brasileiras.

Coincidentemente (ou não), o disco chegou às lojas na mesma semana em que Obama anunciou o plano de recuperação da indústria automobilística dos EUA, severamente prejudicada pela crise econômica que assola o país. Como trilha sonora, Fork in the Road caiu como uma luva: composto por canções temáticas, o álbum tenta resgatar o glamour dos carros antigos produzidos em Detroit, na época em que a cidade era um pólo de fábricas de automóveis e que os modelos não sofriam com o chamado "efeito sedan" (hoje em dia, todos os carros parecem ter a mesma "cara").

Em canções um tanto quanto irregulares – a sensação é de que foram gravadas às pressas –, Young defende os veículos híbridos em "Fuel Line", cujos versos "O incrível poder da eletricidade / Guardado para você em uma bateria gigante" mais parecem a trilha sonora de um informe publicitário. Clichês marcam as faixas "Get Behind the Wheel" e "Hit the Road", em que o carro assume caraterísticas femininas, dando vazão a uma série de duplos sentidos cafonas. Os destaques ficam por conta da balada "Off the Road" (sobre a solidão de dirigir sem ninguém no banco do carona) e "Just Singing a Song", em que o velho Young, ao som dos riffs ganchudos de sua Les Paul, admite "somente cantar uma canção não vai mudar o mundo".

Perdas e ganhos

"Faz muito tempo desde que eu subi nesse palco em Londres, foi há aproximadamente 14 ou 15 anos. Eu estava com 60, era só um garoto com um sonho louco." Esta é apenas uma das "confissões" lançadas à plateia por Leonard Cohen, de 74 anos, no disco ao vivo Live in London. O álbum, lançado no exterior em 31 de março, nos formatos CD e DVD, registra a mais recente turnê do veterano Cohen, motivada por um drástico episódio.

Após passar cinco anos afastado da música, vivendo em um monastério budista, Cohen descobriu, em 2005, que seu antigo empresário havia roubado todas as suas economias. Para re-estabilizar as finanças, o artista concordou em fazer uma turnê internacional, a primeira em mais de uma década. O sucesso, para surpresa de Cohen, foi muito além do esperado: 29 shows da turnê tiveram os ingressos esgotados em minutos e, ao todo, foram mais de 700 mil convites vendidos.

Gravado em julho do ano passado, na O2 Arena, em Londres, para uma plateia de 20 mil pessoas, Live in London conta com 25 músicas do vasto repertório de Cohen, incluindo as clássicas "The Future", "Everybody Knows", "Tower of Song", "Suzanne", "Hallelujah" e "I’m Your Man". Acompanhado por um time de nove excelentes músicos – mais um trio de competentes backing vocals –, Cohen mostra-se nitidamente tocado pela reação entusiasmada da plateia, enquanto sua voz soa firme e sua performance, ainda mais vigorosa.

Assim como Dylan e Young, Cohen não larga a estrada e, neste ano, o show registrado em Live in London já passou pela Austrália e Nova Zelândia e, até julho, deve rodar a Europa, os EUA e o Canadá. Por aqui, nem o CD nem o DVD têm previsão de lançamento nacional. Encomendar uma cópia importada do vídeo é uma excelente pedida, enquanto não há notícias de uma apresentação de Cohen por aqui.

* * * * *

Serviço

Live in London, Leonard Cohen. Sony. Importado. Preço médio: US$ 35 (CD + DVD). Lançamento nacional sem previsão. GGGGG

Fork in the Road, Neil Young. Lançamento nacional (Sony BMG) previsto para este mês. GGG

Together through Life, Bob Dylan. Lançamento nacional (Sony BMG) no dia 27 de abril. N/A

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