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Parte da fachada de um prédio que foi ocupado pela Embap até 2010, na Rua Emiliano Perneta, no centro de Curitiba: mudança das universidades para o espaço da Ambev seria gradual | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Parte da fachada de um prédio que foi ocupado pela Embap até 2010, na Rua Emiliano Perneta, no centro de Curitiba: mudança das universidades para o espaço da Ambev seria gradual| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Problemas

Saiba quais são os principais impasses gerados pela falta de uma sede única para a Escola de Música e Belas Artes do Paraná:

Aluguel

Os três prédios que abrigam a escola hoje, no centro de Curitiba, custam, mensalmente, R$ 100 mil, ou seja, mais de R$ 1 milhão por ano.

Fragmentação

A divisão afeta o convívio entre alunos e professores de diferentes cursos, além de dificultar a implantação de espaços como cantina, ampliação de biblioteca e outros laboratórios.

Estrutura

Os alunos reclamam da falta de isolamento acústico nas salas e auditórios, o que prejudica o andamento das aulas práticas, e da segurança na região – relatam que os assaltos são frequentes. O laboratório de Escultura foi adaptado para funcionar na garagem do edifício.

Curso

Já aprovada, a graduação em Museologia ainda não foi implementada sobretudo por falta de espaço. De acordo com a diretora Maria José Justino, foi realizada uma readaptação na grade curricular. A ideia é que o curso seja aprovado pelo Conselho Universitário em 2015, realize o vestibular e comece a funcionar em 2016.

  • Estrutura da Ambev fica no bairro Rebouças: empresa vai se mudar para Ponta Grossa

Uma nova possibilidade surgiu para a "saga" da sede única para a Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). Hoje dividida em três prédios alugados, no centro da cidade (locações que custam mais de R$ 1 milhão por ano), a escola deve funcionar no atual prédio da Ambev, no bairro Rebouças (a empresa se mudará para Ponta Grossa). A possibilidade anterior, de instalar a escola junto do Centro de Criatividade, não foi adiante (leia mais nesta página).

Segundo a diretora da Embap, Maria José Justino, o espaço da Ambev, possivelmente, virá para o estado em 2016, em uma permuta entre empresa e governo estadual.

A intenção é realizar uma adequação para que a Embap, e também a Faculdade de Artes do Paraná (FAP) , ambas da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), funcionem no local.

"Com pequenos ajustes, transformaríamos vários locais em salas de aula, preservando a estrutura existente", diz ela, que afirma que já existe uma verba de R$ 1,5 milhão para o início das obras.

A FAP funciona hoje em dois blocos cedidos pelo Tecpar, no Cabral. Em Quatro Barras, está em local cedido pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), onde ocorrem as aulas do curso de Cinema e Vídeo. Uma carta do reitor da Unespar, Carlos Aleixo, foi enviada ao governador Beto Richa, manifestando interesse na ocupação do complexo da Ambev para as duas universidades.

De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, a intenção é, já no ano que vem, realizar um projeto para reforma, restauro e adequações necessárias para abrigar Embap e FAP juntas. A mudança das universidades para a Ambev, explica, seria gradual. "Primeiro, nós adequaríamos algumas áreas para depois, acredito que ao longo de quatro ou cinco anos, concentrar todas as atividades no prédio."

Desde que assumiu a direção da Embap, em 2012, Maria José vem lutando para conseguir um prédio novo para a universidade, que abrigue todos os cursos e laboratórios. O tema também ganhou uma petição na internet: "A Belas Artes atende a população há 66 anos, mas não conta com um espaço adequado para execução de suas atividades. Rogamos ao governador Beto Richa a destinação de uma sede própria para a Embap, para que ela possa continuar a fazer sua parte em sua missão de formação de artistas", diz o texto do pedido on-line.

Há pelo menos 30 anos, segundo a diretora, se pensa em uma sede para a Embap, em diferentes gestões. "Por isso, gostaríamos que houvesse um aval do espaço. Não há nada melhor para fazer do que investir em formação", acredita a diretora, que afirma que o dinheiro necessário poderá vir do Fundo Paraná. "Existe o porcentual de 2% que o governo é obrigado por lei a investir em Ciência e Tecnologia", explica. Ela também pretende conversar com senadores e deputados paranaenses para que eles proponham emendas em prol da sede. "Mas, para isso, é preciso projeto concreto."

"Plano B"

Além da Ambev, outra possibilidade para a Belas Artes, frisa Maria José, seria a construção de uma escola "do zero". Um projeto do arquiteto Roberto Gandolfi, elaborado nos anos 1980, está pronto, e poderia ser usado com poucas adequações. "É um projeto maravilhoso, atual, que contempla todas as nossas necessidades." A proposta foi elaborada para construção onde hoje está o Departamento de Transporte Oficial (Deto). O valor necessário para a obra seria, de acordo com a diretora, de R$ 20 milhões em média. "Todas as portas que eu bati, desde o as secretarias próximas até a sociedade civil, foram extremamente receptivas. Tenho mais um ano de gestão, e meu interesse não é ter nome em placa, mas deixar tudo amarrado para fazer a sede sair", destaca.

Patrimônio

Localizada em um prédio histórico que é Unidade de Interesse de Preservação, na Rua Emiliano Perneta, a antiga sede da Embap, que abrigava a escola desde a década de 1950, está fechada há mais de quatro anos.

Centro de Criatividade não seria vantajoso para o estado

Em abril deste ano, foi anunciado que a Embap uniria esforços com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) para que o Centro de Criatividade, no Parque São Lourenço, abrigasse a universidade, em uma cessão de uso do espaço. As atividades do centro (cursos e ateliês na área de artes visuais) permaneceriam no mesmo local.

Segundo a diretora da Embap, Maria José Justino, a própria universidade desistiu do acordo: o estado faria uma reforma no Centro, e levaria parte da escola; depois, construiriam um bloco para o curso de Música. "Quando fomos discutir o compartilhamento com a Fundação Cultural, vimos que não seria viável. O prédio também está condenado, a parte elétrica e o telhado precisam ser refeitos. Seria um investimento muito grande para termos metade do prédio", esclarece.

Além disso, a Secretaria do Meio Ambiente e o Ippuc não deram sinais de que aprovariam a construção do segundo módulo, pois se trata de uma construção em cima de um rio, que é um projeto mais delicado.

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