Teatro HSBC volta à vida

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Parado há mais de um ano, o Teatro HSBC voltou a dar sinais de vida em março passado. Oficial­­mente reaberto por uma exposição do fotógrafo Jader Rocha e um show da banda Blindagem com a Orquestra Sinfônica do Paraná, já via filas se formarem dias antes, para espetáculos disputados do Fringe (mostra paralela do Festival de Curitiba), como Não Sobre o Amor, da Sutil Companhia. Ape­­sar do bom recomeço, a programação prosseguiu esparsa, às voltas com uma reestruturação técnica da casa. Não foi suficiente para recolocar o espaço no roteiro cultural da cidade, o que pode enfim começar a acontecer nos próximos meses.

Depois de uma mudança de gestão, ocorrida recentemente, inicia-se a movimentação para que a programação do Teatro HSBC se aqueça. As agendas de setembro e outubro estão praticamente fechadas, com espetáculos de teatro, dança e música, além da exibição de um filme (veja grade no quadro ao lado). Ainda falta, contudo, uma série de informações a respeito das atrações – em alguns casos, básicas, como dados a respeito do longa-metragem 11 Dias a ser exibido na próxima semana.

Entre os chamarizes da temporada estão um show de comemoração aos 55 anos do trombonista Raul de Souza com o grupo de jazz curitibano Na Tocaia, com o qual gravou o álbum Jazzmim. Outro projeto musical destacado pelo novo coordenador artístico do espaço, Beto Toledo, é o espetáculo Joanas, Antes Dark do Que Nunca!, capitaneado pelo músico Tatára. Seis vocalistas mulheres cantarão composições de curitibanos, como Paulo Leminski e Ivo Rodrigues (Blindagem).

No campo teatral, a novidade prometida é uma ponte mais direta com o Rio Grande do Sul. De lá, virá, em outubro, o sucesso de público Milkshakespeare, com texto (vencedor do Prêmio Funarte de Dramaturgia 2003) de Julio Za­­not­­ta Vieira, dramaturgo dos mais re­­presentativos da Região Sul, especialmente na década de 1980.

Nessa fantasia teatral, sir William Stanley pretende provar ser o real autor das peças de Shakespeare e se depara com as tumbas de Macbeth, Ofélia e Ham­let. "Peças como Milkshakes­peare fazem muito sucesso em outras capitais e não têm chegado ao grande público daqui", diz Beto Toledo.

Se há uma característica definida para a programação futura do Teatro HSBC, seria esta: a do porte "médio" das atrações, adequado ao espaço de 240 lugares. É um nicho de espetáculos – pequenos para o Guairão e o Positivo – que o coordenador considera desatendido na cidade, e que ele pretende ocupar.

No mais, não foi planejado um perfil específico de programação para o Teatro HSBC. Ao contrário do Teatro da Caixa, espaço menor, mas com uma linha curatorial reconhecível.

"Teremos filmes independentes, mais apresentações musicais e peças teatrais, trazendo coisas de fora do circuito de Curitiba. Não será segmentado, vamos analisar dentre os vários estilos o que tem qualidade de produção", de­­fine Toledo, cujo currículo é mais amplo nas produções musicais, incluindo shows de Diana Krall, Stanley Jordan, Madeleine Pey­­roux.

Na programação de setembro e outubro, há desde coproduções do HSBC – como o projeto Joanas e um tributo à banda britânica Pink Floyd – a atrações convidadas e produções que apenas alugam o espaço, passando por uma triagem prévia.

Mal começa novembro, contudo, e as atividades do teatro ces­­sam novamente para os ensaios do coral de Natal, prioridade absoluta no histórico Pa­­lá­­cio Avenida. Deve ser apenas mais um intervalo: a programação de 2011, segundo Toledo, já es­­tá sendo pensada.