
O fato de esta peça ter direção e adaptação de Jô Soares faz pensar numa sátira rasgada de época, como “O Xangô de Baker Street”. Mas “Três Dias de Chuva”, que tem sessões no Teatro Fernanda Montenegro de sexta-feira (8) a domingo, está mais para um drama familiar, ainda que com rasgos de humor.
No elenco, Carolina Ferraz, Otávio Martins e Fernando Pavão se desdobram entre duas épocas, vivendo primeiro os filhos e depois os pais da mesma família e os conflitos próprios de cada período.
O dramaturgo norte-americano que assina o texto, finalista de dois Prêmios Pulitzer, Richard Greenberg, tinha também formação de arquiteto. E ele usa seus conhecimentos nessa peça, em que a ambientação, de acordo com Otávio Martins, é um “quarto personagem”.
“O cenário é uma metáfora bonita sobre a passagem do tempo”, diz. A cena começa na Nova York de 1995, quando a casa em que a ação se situa está caindo aos pedaços.
No segundo ato, vemos o mesmo local, só que novo em folha – e as questões arquitetônicas terão grande importância na trama.
A mesma trama já foi vivida na Inglaterra por Colin Firth e James McAvoy, e na Broadway por Julia Roberts e Bradley Cooper.



