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Felipe Ternes, Nathália Luiz e Eliezer Vander Brock decidiram abrir um espaço com dinheiro do bolso, sem subsídio, ato classificado como sandice por muitos. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Felipe Ternes, Nathália Luiz e Eliezer Vander Brock decidiram abrir um espaço com dinheiro do bolso, sem subsídio, ato classificado como sandice por muitos.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Faz tanta falta um simples bebedouro na maior parte dos teatros da cidade – que dirá uma lanchonete –, que a criação de um espaço como a nova Companhia dos Palhaços é simplesmente um fervo.

Espero que isso incentive outros empreendedores privados [em Curitiba] a buscar fazer seus espaços independentes – algo bastante necessários para a cena local.

Andrei Moscheto, diretor do Antropofocus.

O grupo ocupava até o início deste ano um palco alternativo na Amintas de Barros. Os três integrantes souberam ler os “caracteres chineses” que equivalem crise e oportunidade e, quando receberam o aviso para deixar o imóvel, foram atrás de um local onde pudessem se espalhar. Encontraram isso numa rua sem saída, a Alameda Princesa Izabel, a uma quadra do Sesc da Esquina, onde transformaram um antigo barracão num espaço inédito na cidade.

Confira imagens do espaço

Curso de formação

Os donos

Felipe Ternes, Nathalia Luiz e Eliezer Vander Brock.

As disciplinas

João Artigos (RJ): “Inteligência de Jogador”; Andrei Moscheto (Antropofocus): Improvisação; Pepe Nunes (SC): Palhaço; Doriane Conceição e Candie Marques (Filhos da Lua): Musicalização; Ricardo Behrens (Buenos Aires): Palhaço – Improvisação

Tulio Filho: Planejamento e Comunicação; Bruna Spoladore (SP): Dança; Marcio Libar (RJ): Palhaçaria; Esio Magalhães (Campinas): Palhaço.

O valor

R$ 300 por mês.

O horário

As aulas acontecem toda segunda e quarta-feira, das 19 às 22 horas.

A nova Cia. dos Palhaços integra uma sala multiuso para teatro – na qual há urdimento para equipamento de luz, passarela suspensa que evita o uso de escadas, treliça que suporta as atividades de malabarismo, palco desmontável e plateia idem. Tem lugar para 50 ou 80 espectadores, dependendo da necessidade, ou 40, no formato cabaré, com mesas e cadeiras.

Além dessa sala, à qual se tem acesso por portas aveludadas, há três espaços para se sentar e pedir comida e bebidas de uma cozinha que oferece sanduíches com nomes engraçados, sopas de chef, enfim, promete (a reportagem visitou o local de tarde durante uma apresentação do festival Palco Giratório). No bistrô, são cerca de 40 lugares sentados, incluindo um jardim de inverno.

Sanduíche-íche

Os palhaços Sarrafo, Tinoca e Wilson dão nome aos lanches da casa: Sarrafignon, Ricotinoca e Sandubilson.

A decoração de um dos espaços lembra um vagão de trem – um trenzinho “ferrorama” circula pelo gesso superior avisando que o espetáculo vai começar. Outras providências foram criar isolamento acústico e um camarote para eventos fechados – festas infantis ou empresariais já ocorreram na casa e há outras agendadas.

Para o público em geral, a casa abre nas quartas, somente como bistrô, das 17 às 23 horas. De quinta a domingo, há também atrações, que podem ser uma das dez peças de repertório dos Palhaços ou obras de convidados especiais – a próxima temporada do Antropofocus, por exemplo, será sediada pela companhia.

O bistrô

Cia. dos Palhaços (Alameda Princesa Izabel, 465 – São Francisco, (41) 3077 5009. Quartas-feiras: abertura somente do bistrô, das 17 às 23 horas. A cozinha fecha às 22h. Quinta a domingo: bistrô abre às 17h e a apresentação ocorre às 20h ou às 20h30. Aos domingos, apresentação às 17h.

Praça renovada

O fato de três jovens – Felipe Ternes, Nathália Luiz e Eliezer Vander Brock – terem decidido abrir um espaço com dinheiro do bolso, sem subsídio, foi classificado como sandice por muitos. “Ainda mais num ano de crise”, lembra Felipe, conhecido como Palhaço Sarrafo.

Para conquistar o público, a primeira providência foi revitalizar o espaço externo: uma praça diante da casa, que estava bem caidinha. Como acontece com tantos espaços públicos na cidade, havia mato pra todo lado e ninguém tinha coragem de circular por ali, se sentar nos bancos. Um pouco de poda, troca das plantas e pintura dos canteiros transformou o lugar num palco para peças de rua – agora, eles querem obter um batismo oficial como “Praça dos Palhaços”.

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